Paiva Netto
Pelos milênios, a celebração da Semana Santa
demonstra-nos o inigualável suplício vivenciado por Jesus, o Cristo Ecumênico, o Celeste Estadista, na Sua dedicação
extremada em prol da Humanidade, como no drama do Getsêmani. Sendo Espírito sem
mácula, o Ungido de Deus voluntariamente carregou nossos erros sobre Seus
ombros, a fim de nos livrar da ignorância que origina a Dor.
Pouco antes de ser preso pelos beleguins do
poder da época, de conformidade com a narrativa de Lucas (22:39 a 46), o Divino Crucificado reitera para todos
nós:
Jesus no Getsêmani
“E,
saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os Seus
discípulos O seguiram. E, quando Jesus chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação!
E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,
dizendo: Pai, se queres, afasta de mim este cálice; todavia, não se faça a
minha vontade, mas a Tua.
“Então, Lhe apareceu um Anjo do Céu, que O
confortava. E, estando em agonia,
orava mais intensamente. E aconteceu que o Seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra
.
“Levantando-se
da oração, foi ter com os discípulos e os achou como que dormindo de tristeza. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis
em tentação”.
Jesus, o Senhor do
Apocalipse, o Pão que desceu do Céu, doa a Sua própria vida
De que modo o ser humano pode manter-se acordado dignamente, perante
Jesus e a Sua Política Eterna, a ponto de compreender o significado divino da
Dor, que fez com que Deus O abençoasse com Poder e Autoridade? Alimentando-se
do Pão que desceu do Céu, porquanto,
antes da definitiva reforma social,
necessário se faz realizar a do Espírito, mas com Amor, Fraternidade,
Solidariedade e Generosidade. Afinal, as palavras e os exemplos do Sublime
Ser, que derramou Seu sangue para o
nosso resgate, constituem esse alimento eterno, consoante lemos nas Escrituras:
I —“Eu
sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Se
alguém comer desse Pão, viverá eternamente" (Evangelho de Jesus,
segundo João, 6:51); e
II — “(...)
pelo Seu sangue [Jesus] nos
libertou dos nossos pecados” (Apocalipse,
1:5).
Não há Política sem
Amor Solidário
Como?! É o seguinte: dizer que Jesus nos libertou dos nossos pecados significa
asseverar também que o Divino Mestre nos deixou um roteiro doutrinário excelente para nossa vitória. Ao
seguirmos esse Sagrado Estatuto com
verdadeiro espírito de Caridade e de Justiça, nos transformaremos no esteio
de nossos semelhantes na Terra. Porquanto não há pecado maior do que a ausência de Amor solidário para
com os cidadãos (ou cidadãs) de cada país.
E nós ressuscitamos com Ele
Prossigamos, pois,
aprendendo com Jesus que, superando os dramas do Getsêmani e do Gólgota,
ressuscitou dentre os mortos para conforto e esclarecimento dos corações
terrenos. E
repetiremos, então, o que bradamos em 1997, no Rio de Janeiro/RJ, no dia 31 de dezembro,
na passagem do ano-novo: Jesus
ressuscitou, e nós, com Ele. Graças a Deus!
A morte é apenas a abertura de novas
experiências de vida. Todavia, que ninguém considere o violento ato do suicídio
e suas trágicas consequências como uma escolha libertadora. Tudo, até a morte,
tem leis disciplinantes.
Esses e outros modestos comentários fazem
parte de meu livro Jesus, a Dor e a
origem de Sua Autoridade (2014), que, para meu gáudio, tem comovido
muitos corações.
José de Paiva Netto,
jornalista, radialista e escritor.