Cerca de 20 detentos do Presídio da Canhanduba fizeram dois agentes penitenciários, funcionários da empresa terceirizada que presta serviços no local, reféns nesta terça-feira à noite. A unidade precisou ser isolada pela Polícia Militar, e equipes especializadas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Comando de Operações Busca Resgate e Assalto (Cobra) trataram das negociações, que duraram pelo menos quatro horas. Pouco antes da meia-noite, o Departamento de Administração Prisional (Deap) declarou que a situação estava resolvida, mas não informou se presos envolvidos no caso serão transferidos.
O juiz da Vara de Execuções Penais de Itajaí, Pedro Walicosky Carvalho, o diretor regional do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap), Juliano Stroebl, e dois promotores de Justiça também participaram da negociação. Os agentes foram rendidos por volta das 19h e é provável que eles tenham sido atacados pelos presos no momento da revista. Os detentos ameaçaram os agentes com objetos cortantes.
As informações de que a tomada de reféns teria sido por ordem de uma facção criminosa ainda não foram confirmadas pelo Deap. O clima na Canhanduba foi de tensão durante toda a noite. A última tomada de refém no presídio ocorreu em outubro do ano passado, quando detentos renderam um agente de controle terceirizado.
O presídio tem sofrido com a superlotação. Tem espaço para 644 presos, mas comporta mais de mil. O Complexo Prisional da Canhanduba tem presídio e penitenciária. Somente este ano a penitenciária, considerada modelo, registrou duas fugas — a última na semana passada, quando oito detentos escaparam. As reiteradas ocorrências levaram o Deap a anunciar mudanças no sistema de segurança da unidade.