Pesquisadores da Epagri estão testando em Camboriú a criação de tainhas em água doce. O estudo, inédito no país, é feito no Campo Experimental de Piscicultura que fica no Instituto Federal Catarinense (IFC) e poderá trazer uma nova perspectiva de manutenção à espécie — um dos principais alvos da pesca no Estado, cujo estoque tem diminuído nos últimos 15 anos.
As tainhas foram trazidas do projeto de cultivo em água salgada feito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Os filhotes foram apresentados gradativamente à água doce, para que não sofressem com o que os pesquisadores chamam de “choque osmótico”, a absorção de substância diferente da que o organismo está habituado.
As tainhas foram separadas em dois tanques. Em um deles, recebem ração. Em outro, fitoplâncton, organismos que os peixes comem na natureza. Por enquanto ainda são filhotes, com cerca de 200 gramas — e o experimento dirá quanto tempo levam para se desenvolver em água doce e qual a alimentação mais indicada. De acordo com o assistente de pesquisa Silvano Garcia, por enquanto as tainhas que recebem alimentação natural parecem crescer mais rápido. Mas só as análises estatísticas, ao fim do projeto, indicação qual o melhor tratamento.
Para que tenham valor comercial as tainhas precisam ter ao menos um quilo, para venda de carne, e mais do que isso para a cobiçada produção de ovas, que são produto de exportação.
O projeto, coordenado pelo pesquisador Hilton Amaral Junior, é financiado pelo Estado através do SC Rural e da Fundação de Amparo à Pesquisa e à Inovação de Santa Catarina (Fapesc), e tem prazo de conclusão de dois anos.
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terça-feira, 28 de junho de 2016
Pesquisa testa criação de tainhas em água doce
Operação Boca Livre - PF deflagra operação contra fraude na Lei Rouanet
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira a Operação Boca Livre, que tem como alvo fraudes na Lei Rouanet. De acordo com informações serão cumpridos 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, todos expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal em São Paulo. A operação é feita em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Instaurado em 2014, o inquérito policial apura desvio de recursos relacionados a projetos aprovados com o benefício fiscal, com base em documentação enviada pela CGU. De acordo com o Estadão, há indícios de as fraudes ocorriam de diversas maneiras, como "inexecução de projetos, superfaturamento, apresentação de notas fiscais relativas a serviços/produtos fictícios, projetos simulados e duplicados, além da promoção de contrapartidas ilícitas às incentivadoras". Segundo informações, um grupo atuou por quase 20 anos no MinC e conseguiu aprovação de R$ 170 milhões em projetos fraudulentos.
As investigações teriam averiguado que "eventos corporativos, shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e até mesmo uma festa de casamento" foram bancados com recursos da Lei Rouanet, diz a matéria. A Rouanet é uma lei que permite a captação de recursos para projetos culturais por meio de incentivos fiscais. Os projetos aprovados pelo Ministério da Cultura podem buscar recursos com pessoas físicas e empresas, que, em contrapartida, recebem abatimento de parte de impostos.
A pedido da PF, a Justiça Federal já teria proibido algumas pessoas jurídicas de propor projetos culturais junto ao MinC e à Secretaria de Cultura de São Paulo. Teriam sido realizados, também, bloqueios de valores e sequestros de bens, como imóveis e veículos de luxo.
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