O empresário da construção civil Rogério Rosa, encontrado morto com um tiro no peito na manhã deste domingo, em Balneário Camboriú, foi enterrado às 19h no Cemitério dos Crisântemos, em Itajaí. E a direção do Grupo Embraed decidiu não estender o luto pela morte de seu fundador e presidente, que completaria 60 anos nesta segunda-feira.
Nesta segunda, um dia após o enterro, todas as unidades da empresa funcionarão normalmente. Por meio da assessoria de imprensa, a Embraed comunicou que a manutenção das atividades é uma forma de homenagear o construtor, conhecido pelo caráter centralizador e detalhista quando se tratava de negócios.
O empresário foi encontrado morto na manhã de domingo e a hipótese de suicídio é a mais cogitada pela polícia. Ele estava no chão do quarto da cobertura onde vivia sozinho, em um dos luxuosos edifícios que construiu, na Avenida Atlântica. Domingo à tarde, uma equipe de papiloscopistas do Instituto Geral de Perícias (IGP) esteve no local para coletar impressões digitais.
A intenção dos técnicos é comprovar se havia mais alguém no imóvel além de Rogério e de uma amiga do empresário, de nome não divulgado pela polícia, que foi ouvida na tarde de domingo.
De acordo com o delegado Osnei Valdir de Oliveira, que comanda as investigações, a jovem de 20 anos disse à polícia que estava com o empresário desde sexta-feira. Os dois estiveram em Florianópolis e voltaram na noite de sábado a Balneário Camboriú. A mulher relatou que o construtor estava abatido nos últimos dias.
Segundo o delegado, ela afirmou que ele demonstrava preocupações em relação à empresa. A família confirmou que Rogério apresentava sinais de depressão. Mas afirma que os motivos seriam pessoais, e não profissionais.
— Os indícios são de suicídio, mas ainda não é possível precisar o que ocorreu — afirma Oliveira.
A polícia ainda não sabe a quem pertencia o revólver de onde partiu o tiro, encontrado ao lado do corpo do empresário, com apenas um cartucho no tambor. De acordo com o delegado, Rogério não possuía arma registrada em seu nome. O revólver foi recolhido e passará por perícia.
A amiga que estava com o empresário disse à polícia que ouviu o estampido por volta de 7h30min. Ela avisou o porteiro do prédio, que chamou um dos administradores do edifício. O empresário morreu antes da chegada do socorro.
A morte de Rogério causou manifestações de pesar no ramo da construção civil em Balneário Camboriú. O corpo foi velado domingo à tarde e enterrado no início da noite no Cemitério Parque dos Crisântemos, em Itajaí. O empresário teve dois casamentos e estava separado da última mulher havia 10 anos. Rogério Rosa deixa quatro filhos, Rogério Jr., Rodrigo, Tatiana e Diego — dois de cada casamento.