sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Escola Higino Aguiar, em Araquari, só tem aulas com a presença da PM

A partir desta sexta-feira, a escola estadual Higino Aguiar, em Araquari, tem uma nova rotina: viaturas da Polícia Militar para garantir a segurança nos horários de entrada e saída dos cerca de 1,7 mil alunos. O acordo com a PM foi feito na noite de quinta, numa reunião na escola. Na quarta-feira à tarde, um grupo estimado em cerca de 30 rapazes encapuzados cercou e invadiu o prédio. A gangue ameaçou agredir um aluno com pedaços de pau e correntes. Na quinta, a direção da escola procurou a Polícia Civil para registrar mais um entre cerca de 20 boletins de ocorrência feitos só este ano. A diretora Sandra Maria Ferreira e os professores ainda se diziam receosos. Em conversas com alunos, ouviram que a gangue prometeu voltar. — Pode ser mentira, mas prefiro me precaver — afirma Sandra.
O policiamento também foi uma recomendação do Ministério Público, que pediu um relatório do ataque ao governo estadual. O delegado Eliézer Bertinotti disse que já começou a investigação para identificar os jovens. Resta saber se apenas a PM será suficiente para resolver os problemas da Higino Aguiar. O histórico de confusões na escola é conhecido das polícias e do MP. A maioria dos boletins de ocorrência feita pela direção neste ano relata histórias de agressão entre alunos. As principais ocorrências envolvem meninos que se agridem a chutes e socos e meninas que unham o rosto de outras meninas. Já chegaram ao Fórum casos de porte de canivetes e facas. Não há registro de violência contra professores. Outros registros na polícia foram feitos para informar a ação de vândalos que invadiram a escola para depredar o prédio ou furtar objetos. Em 14 de setembro, a Justiça aceitou o pedido de liminar de uma ação do MP e deu prazo de 90 dias para que o governo estadual fizesse reformas emergenciais na infraestrutura da escola, para “garantir a segurança e a saúde dos alunos e funcionários”. A Justiça quer que o Estado abra, em 60 dias, licitação para a construção de outra escola, para eliminar o turno intermediário.