O Procurador Geral do município, Rodrigo Diego Jansen, registrou um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil informando que a Prefeitura de Blumenau teria sido vítima de um estelionato. No final da tarde desta quarta-feira o caso se tornou público quando uma cópia do boletim de ocorrência começou a circular nas redes sociais.
Porém, apesar do documento relatar a conclusão do golpe, Jansen garante que percebeu a ação dos bandidos logo no início e atendeu os pedidos que eles fizeram para criar subsídios para que a polícia possa investigar o caso e identificar os estelionatários. Em paralelo à comunicação com os bandidos, o procurador afirma que comunicou a Polícia Civil e o banco, que teria bloqueado o saque dos cerca de R$ 40 mil que foram solicitados pelos bandidos. Segundo Jansen, o dinheiro será devolvido à conta do município até a manhã desta quinta-feira.
De acordo com o relato dos fatos registrado no boletim de ocorrência, o procurador teria recebido uma ligação às 14h50min desta terça-feira de uma pessoa que se identificou como servidora da 4ª Vara da Fazenda de Brasília informando que todas as contas do município seriam bloqueadas as 15h10min devido a uma liminar pelo não pagamento de um precatório do ano de 2011 no valor de R$ 39.998,33. A mulher teria informado também outros telefones de contato para que o procurador pudesse checar o problema e receber instruções para o pagamento.
O procurador entrou em contato com o número fornecido e uma segunda mulher, que se identificou como funcionária da ouvidoria do Banco Central teria confirmado as informações e informado a conta para o depósito do pagamento da suposta dívida. O procurador solicitou o pagamento à Secretaria da Fazenda, que foi realizado às 15h16min. Na sequência, ele entrou em contato com a Vara Federal, que informou que a situação se tratava de um golpe já aplicado em outras cidades do país.
A reportagem entrou em contato com o procurador Rodrigo Jansen para esclarecer a situação. Neste momento, ele informou que percebeu o golpe pelos procedimentos que os bandidos usaram:
— Eles são muito inteligentes, nem posso desmerecer, porque tinham muitos detalhes, muitas informações corretas, mas eu desconfiei de alguns procedimentos que eles pediram porque não são os normais. Nisso eu percebi que era um golpe, já na primeira ligação, e ao mesmo tempo que falava com eles já sinalizava para outras pessoas entrarem em contato com o banco e a polícia também.
Jansen explica que desde o início informou a Polícia Civil que acreditava que a situação era um golpe, mas queria levar até o final para que pudesse haver um fato concreto e mais informações para serem investigadas. O procurador também diz que enquanto tratava com os bandidos, informou ao banco que faria o depósito pedido, mas que o saque do valor deveria ser bloqueado.
— Desde o início o município se viu envolvido em uma tentativa de estelionato, que foi malsucedida, e não houve prejuízo nenhum aos cofres públicos. O dinheiro realmente foi depositado, mas o saque desse valor foi bloqueado pelo banco, que já sabia da situação, e amanhã de manhã ele já estará novamente na conta do município. Nós tomamos toda a cautela para que o dinheiro fosse transferido e voltasse aos cofres.
Fonte: Jornal de Santa Catarina