Nesta quarta-feira, técnicos da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e do Laboratório Laqua-Itajaí/IFSC sobrevoaram o litoral catarinense e observaram manchas vermelhas ao longo da costa, principalmente entre Sambaqui e Barra do Sul. Segundo o representante do Laboratório Laqua-Itajaí/IFSC, doutor Luis Proença, este é um fenômeno inédito em Santa Catarina devido à intensidade e extensão das manchas vermelhas.
Como existe a possibilidade de a contaminação dos moluscos bivalves, a Secretaria da Agricultura interditou todo o litoral catarinense de forma preventiva na última quinta-feira. O médico veterinário da Cidasc, Pedro Sesterhenn, explica que a desinterdição do litoral ainda não ocorreu por conta da flutuação das algas, o que não dá segurança de que as áreas estejam totalmente livres de contaminação.
A toxina diarréica é produzida por algumas espécies de microalgas que vivem na água, chamadas de Dynophysis, e quando acumuladas por organismos filtradores, como ostras e mexilhões, podem causar um quadro de intoxicação nos consumidores. A presença de Dynophysis é conhecida em Santa Catarina e por isso os níveis da toxina são regularmente monitorados pela Cidasc no litoral. Os últimos episódios de excesso de DSP no estado aconteceram em 2014, 2008 e 2007.
Novas coletas de ostras e mexilhões são feitas periodicamente para monitoramento das áreas de produção e os resultados dessas análises definirão a liberação ou manutenção da interdição das áreas afetadas.
Os sintomas causados pela DSP são diarreia, náuseas, vômitos e dores abdominais e se manifestam em poucas horas após a ingestão de moluscos contaminados. A recuperação do paciente se dá entre dois e três dias, independente de tratamento médico.