sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Justiça decreta prisão preventiva de suspeito de matar indígena

Policiais civis de Balneário Piçarras, Itajaí e Penha estão mobilizados na tentativa de prender o suspeito de espancar e matar o professor indígena Xokleng, Marcondes Nambla, 36 anos.

– Posso adiantar que o índio foi morto pelo que chamamos tecnicamente de motivo fútil – antecipou o delegado-geral adjunto da Polícia Civil em Santa Catarina, Marcos Ghizoni.

A investigação está bastante adiantada e foram ouvidas testemunhas do crime. A solução do caso é considerada prioridade pela polícia catarinense. Nos últimos dias, policiais civis de Balneário Piçarras já haviam descartado a hipótese que Marcondes tivesse sido morto em um latrocínio (roubo seguido de morte).

Uma câmera de monitoramento registrou o indígena sendo agredido com vários golpes por um homem com um pedaço de pau, em Penha, na madrugada do dia 1º. Ele foi socorrido e morreu no dia seguinte no hospital.

Marcondes morava na aldeia de José Boiteux e estava em Penha trabalhando com a venda de picolés. A vítima era professor formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, além de liderança da aldeia. Colegas e amigos afirmaram nas redes sociais que a possibilidade de crime racial não pode ser descartada pela polícia.

Prisão preventiva decretada
Na noite desta quinta-feira, o delegado-geral adjunto disse que o principal suspeito teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e é considerado foragido da Justiça. O homem conseguiu escapar da polícia em Gaspar, no Vale, e seguia sendo procurado.

De acordo com Ghizoni, o suspeito tem passagem policial. Policiais acreditam que a prisão dele é questão de tempo.