segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Atraso na emissão de certificado de captura de pescados tem causado prejuízos à exportadores de Itajaí

O atraso do Ministério da Agricultura na emissão de certificado de captura, documento necessário para a exportação de peixes para os países europeus, tem causado prejuízo aos armadores de Itajaí. Nos últimos meses, cada envio para a Europa tem sido cercado de apreensão. Contêineres cheios já chegaram a ser devolvido porque a documentação não chegou a tempo.
Na pesqueira Kowalsky, 32 toneladas de atum albacora branca, um peixe com a carne mais clara, valorizado no exterior, ainda aguardam o certificado para embarcar para Portugal, país europeu que mais importa o peixe brasileiro. Sem expectativa de emissão do documento e com um custo muito alto para o mercado tradicional no Brasil (as enlatadoras trabalham com espécies mais baratas), a carga, avaliada em US$ 64 mil, permanece parada na indústria.
Um dos únicos armadores no país autorizados a capturar peixe-sapo, Manoel Cordeiro enviou a Portugal uma carga de R$ 400 mil nas últimas semanas na incerteza de o produto ser recebido. Após o desmanche do Ministério da Pesca e a transferência dos processos para o Ministério da Agricultura, a família Cordeiro já teve contêiner devolvido porque o certificado de captura não chegou a tempo. E em pelo menos dois casos só garantiu a entrega porque o documento foi emitido pelo governo federal por ordem judicial.
 O impasse tem feito os armadores repensarem a exportação para a Europa, um bom mercado em expansão. Uma perda para o recente crescimento da participação dos armadores brasileiros no comércio exterior.
No último ano, a desvalorização do real em relação ao dólar fez aumentar 40% as exportações de empresas como a KowalskyHoje, até 70% da produção mensal da empresa é exportada. Além do mercado europeu, outro mercado forte para o produto brasileiro é o norte-americano: a indústria de Itajaí envia carregamentos semanais de meca, peixe que o mercado externo conhece como swordfish.

Cesta básica registra queda de 1,93% em Itajaí

Pelo segundo mês consecutivo, o custo da cesta básica registrou queda na cidade de Itajaí, com baixa de 1,93%. Desta vez a baixa foi um pouco maior do que em julho, quando houve 0,36% de queda. O preço da cesta passou de R$383,74 para R$376,32, em agosto. Os dados são do Projeto Cesta Básica Alimentar de Itajaí, coletados e analisados, mensalmente, com monitoramento da Uni Júnior, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Para os pesquisadores, o resultado é reflexo da queda no consumo das famílias até no item alimentação. Além disso, assim como no mês anterior, a queda no custo da cesta já era esperada em função da alta desproporcional de junho. Como muitos produtos são in natura ou de origem in natura, os preços estão condicionados às condições climáticas, que melhoraram. Por isso, há aumento na oferta e redução do preço.
Os principais produtos que contribuíram para a redução foram: batata (30,23%), leite (19,50%), arroz (4,67%), pão francês (2,98%), óleo de soja (1,79%), banana (1,39%), farinha de trigo (1,09%) e a carne (0,52%).
Apesar da queda, outros cinco produtos apresentaram alta em seus custos: tomate (21,30%), açúcar (5,54%), café em pó (5,50%), feijão preto (4,12%) e manteiga (1,50%).
Com esta diminuição no custo da cesta básica em Itajaí, o poder de compra do trabalhador assalariado em relação a alimentos básicos teve uma ligeira melhora. O custo da cesta básica sobre o salário mínimo passou de 43,61% em julho para 42,76% em agosto. Em termos de horas de trabalho para aquisição da cesta, passou de 95 horas e 55 minutos para 94 horas 05 minutos.