sexta-feira, 6 de março de 2015

Web, educação e poder

Paiva Netto

Não é novidade que a internet se tornou ferramenta indispensável em nossa rotina. Ao acessá-la, vêm abaixo fronteiras antes intransponíveis para a maioria dos cidadãos. Contudo, tenho alertado — também para o bom uso do meio cibernético — que educação é poder. Sem o devido ensino, aliado à espiritualidade ecumênica, o manuseio desse influente recurso pode ser desastroso.

A dra. Lilian Castelani, especialista em Direito Eletrônico e Processo do Trabalho, em São Paulo/SP, fez há poucos dias um comentário de recorrente interesse das famílias:

O principal perigo no mundo virtual é a exposição exacerbada. As pessoas não estão preparadas para usar a internet. Elas têm que ter maior responsabilidade pelo que vão publicar, principalmente nas redes sociais, nas quais a gente expõe as ideias, os nossos familiares, a nossa imagem. É importante adequar aquilo que deve, de fato, ser passado para a frente, porque, colocado na internet, está para o mundo. Dissemina-se muito rápido a informação, e ela hoje é muito valiosa”.

Recomenda a dra. Lilian: “Seja nas redes sociais ou quando você vai comprar um serviço qualquer na internet, é preciso avaliar se o site é idôneo, se os termos de uso estão de acordo com aquilo que você acha certo. Tomar esses pequenos cuidados é primordial para uma boa segurança da sua privacidade. Senão você será vítima de ilícito por culpa própria”.

O respeito ao próximo foi também ressaltado pela advogada: “É muito importante saber se o que você está colocando na internet vai magoar um terceiro, se será realmente útil para alguém ou até para si mesmo”.

Atenção agora, jovens, ao que disse a dra. Lilian: “Às vezes, as pessoas postam fotos íntimas e não sabem a repercussão que isso vai dar na internet. Com um clique, isso se dissemina para milhões de pessoas, é imensurável para quantas outras daí em diante. E para tirar da internet é muito difícil! A gente consegue a retirada do ar de ilícitos, mas de coisas que você mesmo coloca é complicado, e daí você está exposto ao cyberbullying, a humilhações. É preciso cautela ainda ao expor opiniões muito polêmicas. Então, tem que tomar esses cuidados na hora de colocar a cara na internet”.

O sociólogo Daniel Guimarães, do programa “Sociedade Solidária”, da Boa Vontade TV, expôs à dra. Lilian este quadro: “As crianças e os adolescentes são usuários ávidos dessas tecnologias. É comum as dominarem mais do que os próprios pais e, em geral, não têm tanta maturidade para compreender a questão dos limites”.

A orientação da especialista em Direito Eletrônico é que “os pais devem estar atentos à rotina da criança. Por exemplo, não deixar computador de maior uso em ambientes fechados, deixar em locais de maior circulação. Tudo bem que é difícil; hoje há os smartphones, os tablets. Mas a atenção do pai tem que ser sempre maior, observar o comportamento da criança, conversar com ela. Acho que proibir é tirá-la da sociedade hoje, porque ela está inclusa nesse meio social do virtual. Então, pelo bate-papo, deixar mais próximos pais e filhos. Entender que, às vezes, um ato do filho pode responsabilizar o pai de um crime, porque ele é responsável pelo filho. O pai não pode chegar em casa cansado e dormir. Não! Vamos saber como foi o dia e ver se o filho está mais chateado ou não. Acho que essa conversa em família é que dá maior responsabilidade”.

Para a dra. Lilian, “a palavra de ordem é educação”. Esse é o caminho para se prevenir dos crimes, que, segundo ela, “estão aí, são os mesmos, os meios é que são alterados. E hoje a gente está com uma ferramenta digital que dá uma disseminação para os crimes muito maior. Educar-se para mexer com internet é a grande segurança. Dar-se privacidade, tomar cuidado com o que expõe são as medidas mais coerentes para trafegar nesse mundo”.

Grato, dra. Lilian Castelani, pelos esclarecimentos de grande utilidade social.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.


Chega a 321 número de casos de dengue em Itajaí

O número de casos de dengue chegou a 321 em Itajaí nesta quinta-feira, conforme o último boletim divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). Desse total, 298 pacientes contraíram a doença dentro do próprio município (autóctones) e os outros 23 não tiveram o local de transmissão confirmado. Ainda aguardam o resultado do exame 303 pessoas.

A diretora de Vigilância Epidemiológica de Itajaí, Rachel Marchetti, explica que o 'boom' no número de casos — que aumentou 134% em apenas uma semana — ocorreu porque o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) ficou sem kits para fazer o diagnóstico da doença. A situação foi regularizada na semana passada e os testes foram retomados.
— Ficamos sem resultados desde o dia 10 de fevereiro até semana passada, quando começaram a vir os diagnósticos. Havia muitos testes represados — explica.
A cidade apresenta uma taxa de incidência (total de casos novos na população) de 148 casos por 100 mil habitantes, mas o maior número de casos continua concentrado no bairro São Vicente.

Termina greve dos caminhoneiros autônomos de Navegantes

Os caminhoneiros de Navegantes aceitaram a última proposta feita pelas transportadoras em assembleia na tarde desta quinta-feira. O grupo formado por cerca de 70 autônomos retornou ao trabalho a partir das 6h desta sexta. 

Os caminhoneiros cederam um pouco e as transportadoras também, por isso foi possível chegar a um acordo. Os autônomos reivindicavam reajuste de 23% no valor praticado no frete.

Representantes da categoria que transporta contêineres vazios se encontraram com as transportadoras na manhã desta quinta-feira na Portonave, quando os empresários fizeram a contraproposta.

No acordo ficou estabelecido reajuste no valor do frete de 16 a 18,2% a partir de 1º de abril para as quatro principais rotas, que representa cerca de 70% dos trajetos realizados pelos caminhoneiros. As transportadoras também propuseram _ em caso de reajuste no diesel acima de 4% após 1º de abril _ repassar automaticamente o impacto no frete.