segunda-feira, 13 de julho de 2015

Itajaí registra cinco vezes mais mortes por aids do que a média nacional

Itajaí registra cinco vezes mais mortes por aids do que a média nacional. Enquanto o município contabilizou 28 óbitos por 100 mil habitantes em 2013 (último ano com dados fechados), o restante do país somou 5,6 por 100 mil. A estatística preocupante serviu de embasamento para o governo do Estado cobrar mudanças nas políticas de combate à doença na cidade. O secretário João Paulo Kleinübing enviou a deliberação para a Vigilância Epidemiológica municipal em 22 de junho. 

O diagnóstico tardio, a não adesão ao tratamento e o comprometimento do organismo pelas chamadas doenças oportunistas, como hepatites e tuberculose, são apontadas como as principais causas de morte por aids em Itajaí.

— A maioria das pessoas saudáveis não faz o teste (de HIV) porque tem medo. Há casos em que pacientes se ofendem com o médico quando ele pede o exame. Geralmente, descobrem que estão contaminados pelo vírus quando já estão muito doentes — explica a gerente do Programa DST/Aids em Itajaí, Hilda Wippel.

A enfermeira sugere que o teste de HIV faça parte do check up anual das pessoas, porque, segundo ela, "estamos sempre expostos":

— Fazemos as unhas toda semana e não sabemos se a alicate foi devidamente esterilizada, temos relação (sexual) com nossos companheiros, mas não temos como ter certeza que eles só se relacionam com a gente — alerta. 

A obrigatoriedade de dois testes para as gestantes ao logo do pré-natal, por exemplo, fez aumentar o número de grávidas diagnosticadas com o vírus em Itajaí. Recentemente 22 gestantes testaram positivo para o HIV e precisaram começar o tratamento para interromper a ação do vírus, evitando a contaminação do bebê e o desenvolvimento da aids. 

Conforme Hilda, a estatística aumentou porque as grávidas estão fazendo o exame, o que reflete um cenário mais próximo da realidade, ao contrário do restante dos moradores, que apesar de ter o vírus desconhecem a existência da contaminação.
Aids diminui, mas HIV aumenta 
O abandono do coquetel pelos pacientes após o controle da doença ainda é um obstáculo a ser vencido. Segundo Hilda, os pacientes não entendem que podem ficar muito debilitados e sujeitos a uma série de doenças ao descontinuar os medicamentos. Ela frisa que o tratamento com os antiretrovirais (coquetel) são para a vida toda.

A determinação do Ministério da Saúde em 2014 para que todos os pacientes com HIV tomem o coquetel, independente da carga viral que apresentem, vem diminuindo a incidência de aids no país. Por outro lado, a resistência em não fazer o exame só aumenta a contaminação pelo vírus, de acordo com a gerente do programa. Hoje, 2 mil moradores de Itajaí fazem a terapia com os antiretrovirais.
Novas ações para conter a doença 
Para poder reformular as ações de combate à aids em Itajaí, a gerente do Programa DST/Aids, Hilda Wippel, solicitou o remanejamento de 10 agentes de endemia, que hoje estão atuando no controle da dengue, para o setor. Os agentes do Programa DST/Aids foram cedidos para o combate à dengue em janeiro deste ano, após a prefeitura decretar emergência.  

Uma das ideias da enfermeira para diminuir a incidência da doença na cidade é distribuir preservativos em locais públicos, como shopping centers, bares universitários e dentro de empresas. Ela acredita que, se o Estado aprovar a ação e com a volta do efetivo, é possível dar início ao projeto antes do fim deste ano.

Para que outras políticas de combate sejam traçadas, estão ocorrendo reuniões semanais para discutir as ações, que futuramente serão apresentadas à Secretaria de Saúde do Estado.

Perseguição policial termina em acidente e mortes em Araquari

A região Norte de SC assistiu a uma perseguição que resultou em três mortes neste domingo, na BR-280, em Araquari. No início da tarde, cinco assaltantes - três homens e duas mulheres - abordaram o táxi de Everaldo Sikorski, 30 anos, no bairro Corticeira, em Guaramirim.  Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Everaldo foi feito refém e colocado no banco de trás do veículo. Imediatamente, o grupo pegou a rodovia em direção a Araquari.

Uma testemunha viu o assalto e acionou a PM, que iniciou a perseguição pela rodovia. Na altura do km 24,8, o táxi - um Volkswagen Voyage - convergiu para uma rua lateral e bateu de frente em um Honda Civic, com placas de Joinville. Em seguida, o táxi ficou sem controle e capotou várias vezes. Das seis pessoas que estavam no carro, duas morreram no local. Elas foram identificadas mais tarde pelo primeiro nome apenas: Natanael, assaltante que dirigia o carro, e Maristela, namorada dele que participava do crime. 

Horas depois, no Hospital São José de Joinville, morreu outra mulher que estava com o grupo. Ela foi identificada como Naiara, e era companheira de Gilmar Kretzschmr, outro assaltante que teve fratura exposta numa das pernas e estava com mandado de prisão aberto. Jonathan da Silva Scharanoeski, o quinto integrante do grupo, foi encontrado escondido atrás de uma residência. A PM conduziu o suspeito sob escolta para o Hospital São José.

O casal de idosos Hideraldo Dorvalino Rosa e Maria da Conceição Francisco Rosa, que estavam no Civic, tiveram ferimentos leves. Segundo a PRF, os nomes dos assaltantesmortos ainda precisam ser confirmados por familiares. O taxista teve ferimentos graves, mas o quadro dele é estável.