quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O crack e a mulher

Paiva Netto



Conforme recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas viciadas em crack no Brasil ultrapassa a impressionante marca de um milhão de usuários. Especialistas em saúde comparam a epidemia da aids na África à do crack em nosso país. Outro dado alarmante é a média de idade dos que o experimentam pela primeira vez: 13 anos. Contudo, engana-se quem acha que somente as camadas da sociedade em situação de pobreza estão à mercê desse perigo mortal. A droga também se faz presente nas classes sociais mais abastadas de modo devastador.

O desastroso abalo físico e mental provocado pela pedra de crack é disparado na primeira ocasião em que se acende o cachimbo artesanal — poderia se dizer infernal —, pois não arruína apenas a vida do usuário, mas a de toda a família. A ilusória sensação de bem-estar e de euforia fica tragicamente evidenciada pela progressiva degradação do corpo e da Alma dos dependentes.

Segundo a dra. Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), “no início da entrada do crack no Brasil, mais precisamente em São Paulo/SP, o perfil do usuário era do sexo masculino. A presença de mulheres era pontual, algo raro. No princípio da década de 2000, começamos a receber indicativos e informações dos próprios usuários de que as mulheres aderiram à cultura do uso do crack”.

Em entrevista ao programa “Sociedade Solidária”, transmitido pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), a dra. Solange comentou que o fato de a mulher transformar-se em consumidora do entorpecente mudou toda a dinâmica do vício. “O usuário masculino tornou-se, em geral, um transgressor. Ele rouba para comprar a pedra. Não é um profissional do crime. Diante disso, com sua inexperiência, é facilmente preso e acaba criando um problema para o tráfico, que perde um cliente em potencial, na maioria das vezes já devedor da droga que consome. Quando a mulher é inserida no submundo do crack, ela passa a ser linha de frente, pois o risco de ser presa é bem menor. Ao invés de roubar, ela vai vender o seu corpo”, explicou.



CONTAMINAÇÃO PELO HIV

Para agravar a situação, a mulher, ao se prostituir a fim de conseguir a droga, vira foco de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente do vírus HIV.

Sobre isso, esclareceu a dra. Solange: “Uma mulher que faz programa por conta da compulsão pela droga o faz sem proteção, a qualquer hora e em qualquer lugar. Não fica num local aguardando que alguém passe. Ela vai em busca desse parceiro na tentativa de que ele, rapidamente, lhe dê o dinheiro que lhe possibilitará comprar a pedra de crack. Sem falar das que ficam grávidas sem nenhuma estrutura para ser mãe. Essa situação de vulnerabilidade traz para a mulher complicações físicas, psíquicas e orgânicas de todos os tipos. Quando a mulher entra nessa cultura, traz com ela um problema social enorme. De um grupo de 80 mulheres que entrevistamos, pelo menos 40% delas eram portadoras do HIV”.

Grato, dra. Solange, pelas elucidações. É uma triste realidade que não pode ser ignorada. Além das imprescindíveis políticas públicas de combate ao crack, urge fortalecer, com a Espiritualidade Ecumênica, os valores da Família. É nela que se encontra a solução de muitos problemas que hoje afligem a Humanidade.



José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

Homem é morto com tiro em Blumenau

Cristiano Krutsch, de 29 anos, foi morto com um tiro na Rua Franz Volles, Bairro Itoupava Central, em Blumenau, por volta das 7h desta quarta-feira. O crime ocorreu em uma obra.

Segundo informações da Polícia Militar, que trabalha na busca do autor do homicídio, quatro tiros teriam sido disparados, mas apenas um atingiu a vítima. O autor do crime seria um colega de trabalho.

Motociclista morre em acidente na BR-470

Um motociclista que ainda não foi identificado morreu em um acidente na BR-470, em Blumenau, nesta quarta-feira. Ele se envolveu em uma colisão frontal com um caminhão, com placas de Pouso Redondo, no Km 55,4 da rodovia, perto do cruzamento com a Rua Professor Max Humpl, no Salto do Norte. A motocicleta tinha placas de Penha.

A batida foi por volta das 6h30min. O caminhão estava carregado com toras e o motorista não se feriu. Houve princípio de incêndio na motocicleta.

O corpo está no Instituto Médico Legal (IML) e aguarda identificação.