sábado, 10 de dezembro de 2016

PF prende pessoa errada em Santa Catarina

A Polícia Federal (PF) em Santa Catarina cumpriu nesta sexta-feira mandados de prisão e busca e apreensão em uma residência no Centro de Santo Amaro da Imperatriz que seria de um traficante de drogas chamado Matheus Vieira. Os agentes entraram na residência às 8h, onde passaram cerca de 1h30 procurando documentos, levaram o rapaz de 22 anos para a sede da PF em Florianópolis, tudo como o determinado no documento expedido pela 5ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Acontece que o Matheus Vieira levado pelos agentes era um simples morador do interior de Santa Catarina que vivia com os pais. O delegado responsável pelo cumprimento do mandado reconheceu o erro e encaminhou um ofício à Justiça Federal informando o equívoco. A família do jovem informa que vai pedir uma indenização por danos morais.
Os mandados são assinados pela juíza Luciana Jacó Braga, da Justiça Federal em Guarulhos. Os dados do catarinense, incluindo nome dos pais, estão corretos, mas aparentemente as investigações apontaram para a pessoa errada. Em vez de um traficante com atuação no Estado de São Paulo, localizaram um jovem morador do interior de Santa Catarina. Foi assim que o advogado da família, Joel Antônio Abreu, descreveu a situação. O problema maior foi o constrangimento provocado com toda a situação.
— Eles acordaram com carros da PF e homens armados na frente da casa. Os agentes ficaram quase duas horas revirando a casa em busca de documentos que não existiam. Toda a vizinhança viu essa situação. O rapaz está completamente constrangido. Vamos pedir uma indenização de pelo menos R$ 100 mil pelos danos morais provocados. A Polícia Federal não poderia errar desta forma — afirma o advogado.
Matheus chegou a ser levado para a sede da PF em Florianópolis, de onde só foi liberado por volta das 14h. De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o delegado de Entorpecentes, que comandou a operação, cumpria mandados encaminhados pela Justiça Federal em Guarulhos e, quando percebeu que o documento pedia a prisão da pessoa errada, liberou o rapaz e encaminhou um ofício para a juíza responsável.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da juíza Luciana Jacó Braga, de Guarulhos. Os assessores informaram que ela não poderia comentar o caso, pois "o processo é sigiloso".