terça-feira, 16 de maio de 2017

Polícia Federal deflagra operação contra irregularidades no Ministério da Agricultura em SC

A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta terça-feira 37 mandados judiciais em sete cidades de Santa Catarina. A operação batizada de "Fugu" apura irregularidades feitas por diretores e fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na região do Vale do Itajaí. Segundo as investigações, servidores que atuavam na inspeção de pescados favoreceram ao menos duas grandes companhias suspeitas de adulterar quimicamente os produtos para elevar o peso dos alimentos. 

De acordo com a PF, a suspeita é de que as importações dos pescados eram desviadas dentro de frigoríficos na cidade de Itajaí. Além dos 20 mandados de busca e apreensão, a polícia cumpriu 12 de busca pessoal. Outros cinco são relacionados a suspensão cautelar do exercício das funções públicas. A ação acontece em Florianópolis, São José, Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes, Blumenau e Jaraguá do Sul.

Durante as investigações, que já duram nove meses, foram obtidos documentos indicando que as empresas comercializavam pescados importados da China modificados. No processo de venda, peixes das espécies Panga, Merluza e Polaca do Alasca tinham adição de água e produtos químicos no interior, que entre outros efeitos, elevava o peso e o valor dos produtos. A técnica aplicada nos alimentos é conhecida como oversoaking.

Na Capital do Estado, perto das 8h a polícia fazia diligências em um edifício no centro da cidade. Ao menos três agentes entraram em um dos apartamentos e saíram do local com malotes de documentos. A informação preliminar passada pelos agentes é de que o apartamento visitado pela PF pertença a um funcionário do Mapa em SC. Na superintendência do Ministério da Agricultura, ninguém foi encontrado para falar sobre as investigações.  
Ao menos 16 pessoas já foram indiciadas na investigação - auxiliada também por funcionário do Mapa em Brasília. Os denunciados devem responder por associação criminosa, corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, prevaricação, importação, venda e entrega de produto alimentício adulterado.