Pesquisadores da Epagri estão testando em Camboriú a criação de tainhas em água doce. O estudo, inédito no país, é feito no Campo Experimental de Piscicultura que fica no Instituto Federal Catarinense (IFC) e poderá trazer uma nova perspectiva de manutenção à espécie — um dos principais alvos da pesca no Estado, cujo estoque tem diminuído nos últimos 15 anos.
As tainhas foram trazidas do projeto de cultivo em água salgada feito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Os filhotes foram apresentados gradativamente à água doce, para que não sofressem com o que os pesquisadores chamam de “choque osmótico”, a absorção de substância diferente da que o organismo está habituado.
As tainhas foram separadas em dois tanques. Em um deles, recebem ração. Em outro, fitoplâncton, organismos que os peixes comem na natureza. Por enquanto ainda são filhotes, com cerca de 200 gramas — e o experimento dirá quanto tempo levam para se desenvolver em água doce e qual a alimentação mais indicada. De acordo com o assistente de pesquisa Silvano Garcia, por enquanto as tainhas que recebem alimentação natural parecem crescer mais rápido. Mas só as análises estatísticas, ao fim do projeto, indicação qual o melhor tratamento.
Para que tenham valor comercial as tainhas precisam ter ao menos um quilo, para venda de carne, e mais do que isso para a cobiçada produção de ovas, que são produto de exportação.
O projeto, coordenado pelo pesquisador Hilton Amaral Junior, é financiado pelo Estado através do SC Rural e da Fundação de Amparo à Pesquisa e à Inovação de Santa Catarina (Fapesc), e tem prazo de conclusão de dois anos.
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