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quarta-feira, 13 de julho de 2011
Máquina humana e óleo do sentimento (I)
Destaco de meu editorial da revista Boa Vontade Educação, especialmente publicada para o Encontro de Alto Nível do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), da ONU, no Palais des Nations, ocorrido em Genebra, Suíça, na semana passada: Educação, tema sempre em pauta. Urge ser difundido e encarado, por todos nós, como a trilha segura que encurta a distância social entre as classes. É também eficiente antídoto contra a violência, a criminalidade, as doenças e tudo o mais que dificulta o crescimento salutar de um povo.
Atendendo à solicitação de amigos, apresento trechos da conferência que proferi em 9 de março de 2010, no Rio de Janeiro/RJ, com a participação, via internet, de várias localidades do Brasil e do exterior. Entre os assuntos abordados, estava a Pedagogia de Deus, preconizada por Alziro Zarur (1914-1979), que, ao longo do tempo, fizemos desdobrar-se na tese socioeducacional da Legião da Boa Vontade voltada a aliar o desenvolvimento cognitivo do educando à cultura do respeito plural; por isso, sempre com Espiritualidade Ecumênica, sobre o que lhes tenho sobejamente falado. Daí surgiram respectivamente a Pedagogia do Afeto, para as crianças, e a do Cidadão Ecumênico, para jovens e adultos.
Discorrendo, de improviso, sobre a matéria, afirmei que não basta instruir-se das coisas humanamente racionais. Conforme ressaltei em fevereiro de 1984, dirigindo-me às mulheres envolvidas nas ações da LBV, e posteriormente em artigo na “Folha de S.Paulo”, em 27 de julho de 1986: A instrução, para nós, é aquela que se aprende na escola, no colégio, na universidade, o que mais o seja, e que deve ser associada ao lar, em forma de Educação. Essa aliança é imprescindível. Sem Instrução e Educação não há progresso. Todavia, instruir e educar não é somente ensinar a ler, a mergulhar nos livros. Trata-se, acima de tudo, de iluminar a inteligência para as funções harmônicas do Ser Humano na sociedade. Aliás, esta e o governo devem permanentemente unir-se para estabelecer a estrutura que, de fato, forme uma pátria melhor e um mundo mais feliz. Quanto pior o ensino, pior o futuro. Portanto, ensinar não é apenas transmitir o bê-á-bá da ciência terrena, mesmo que seja a mais elevada Matemática, a Física, a Química, a Astronomia etc. Porque, se não houver o bom alimento para a Alma — iluminada pela espiritualização, que significa mais que educar, e sim reeducar —, esse aprendizado ultrainstrutivo levará o Ser Humano, sem tal boa nutrição, a conduzir o pensamento para atos cada vez mais destruidores. Educar é transformar, reeducar, sob os auspícios da Paz, do Amor e da Justiça, bafejada pela Bondade, e, assim, sublimar o caráter.
Sem Instrução e, sobretudo, Educação não existe o amanhã. Lembram-se do Plano Marshall, para a Europa, de que já lhes falei tantas vezes? Destaque para a Alemanha, no Ocidente, e para o Japão, na Ásia, com MacArthur (1880-1964), que se reergueram pujantemente. No entanto, a produção desses dois países, e de muitos mais, iria à bancarrota naquele período e em qualquer outro se não fosse preparada a geração em que o ensino tivesse profundidade, que serviria de base às demais.
(Continua)
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*José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter). Filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central.
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