Na denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro apresentada nesta quarta-feira em Curitiba, o Ministério Público Federal (MPF) responsabiliza Lula tanto pelos esquemas de corrupção revelados no mensalão quanto os desvendados na Operação Lava-Jato. Os procuradores da República acreditam que o alto escalão da administração pública federal criou uma estrutura que direcionava benefícios aos que estavam no poder e aos seus partidos. E, na cabeça dessa engrenagem, estava Lula.
"Uma nota comum dessas engrenagens delituosas foi o seu funcionamento em benefício de Lula. Não só pelas vantagens financeiras que recebeu, mas também pela governabilidade conquistada e pelo fortalecimento de seu partido. Foram os partidos e os políticos que orbitaram ao redor dele, como ele próprio, que enriqueceram e tiveram seus projetos de poder alavancados por polpudas somas monetárias, desequilibrando pleitos eleitorais e afetando uma face da democracia pela disputa eleitoral com candidatos alavancados com o financiamento a partir de recursos ilícitos", diz trecho da denúncia contra Lula.
O MPF diz que tanto o mensalão como o petrolão (como passou a ser chamado o caso de desvio de dinheiro da Petrobras) eram esquemas simultâneos de governo e partidários. Os procuradores asseguram que, ao lotear a administração pública federal direta e indireta, "com propósito criminoso", Lula distribuiu para o PT e para os demais partidos de sua base, notadamente o PP e o PMDB, verdadeiros postos avançados de arrecadação de propinas ou vertedouros de recursos escusos.
"Como se apurou, a corrupção sistêmica além de persistir, foi incrementada mesmo após a saída formal de José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil do governo). Notadamente porque o comandante da estrutura criminosa não era ele, mas sim o próprio Lula. Lula era a pessoa mais importante no governo e no partido, em benefício do qual fluíram vantagens centrais dos crimes", acrescenta a denúncia, firmada por 13 procuradores.
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