Parte do prejuízo que teria sido causado a prefeitura de Itajaí foi divulgado nesta segunda-feira durante CPI da Codetran. Na reunião, o presidente da comissão, Thiago Morastoni (PMDB), disse, em meio a perguntas ao ex-vereador José Alvercino Ferreira, que o pátio de veículos apreendidos teria deixado de recolher ao município R$ 477.812,02 entre os anos de 2012 e 2015 – referente ao percentual de 17% que deveria ser pago. O valor foi levantado durante as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Outros crimes também teriam gerado danos ao município, como a venda ilegal de 715 motocicletas do pátio de veículos apreendidos e o pagamento de propina do dono do pátio ao ex-consultor técnico da Codetran, Willian Gervasi. No entanto, esse montante não foi apurado pelas investigações.
O recolhimento dos valores arrecadados pelo pátio começou a entrar na conta da prefeitura no dia 28 de abril de 2014 e parou no dia 30 de junho de 2015, pouco antes da Operação Parada Obrigatória ser deflagrada. A reportagem procurou o secretário da Fazenda, Jucélio João da Silva, mas ele não soube dizer se a situação foi regularizada.
"Indústria da multa" em Itajaí
O término da comissão ainda não tem uma data certa. Apesar da intenção dos parlamentares de que o trabalho seja entregue ainda em dezembro, a análise de todos os documentos pode deixar a conclusão para 2016. O relator da CPI, vereador Fernando Pegorini (PP), não antecipa o parecer final, mas diz que muitas situações já ficaram claras e que agora está comparando depoimentos com provas documentais.
– Se houver aumento de crimes vamos repassar para análise do MP, assim como se houver irregularidades de funcionários públicos vamos solicitar que sejam abertas sindicâncias. Além disso, outros vereadores podem ser apontados para Comissão de Ética da Casa – explica.
Para o presidente da CPI, Thiago Morastoni, ficou claro durante as investigações que havia uma “indústria da multa” em Itajaí através da fixação de metas para apreensão de veículos.
– Não há dúvida que esta situação ocorreu até pelos relatos de testemunhas. Por tudo que vimos até agora também ficou claro que há uma participação direta dele (o ex-vereador José Alvercino Ferreira) – afirma.
Na próxima reunião da comissão, marcada para segunda-feira, o vereador Pegorini deve apresentar um relatório preliminar com suas conclusões. Os depoimentos de João Jorge Fernandes Júnior e de William Gervasi ficaram, pelo menos por enquanto, suspensos.
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