Utilização da
internet e de jogos eletrônicos em excesso e sem supervisão são prejudiciais
para as crianças
São
novos tempos. Antigamente, quando os pais queriam que os filhos se
comportassem, eles faziam promessas de passeios e de doces. Hoje, é muito comum
oferecerem logo um celular ou tablet
para que fiquem calmos durante um jantar fora, por
exemplo. Para muitos especialistas, essa medida é prejudicial à criança, já que,
ficando muito conectada, pode perder a habilidade de relacionar-se com os
outros.
O
Portal Boa Vontade (www.boavontade.com) conversou com o psicólogo
Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do
Programa Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI), do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (USP).Ele é pioneiro nos estudos do tema no Brasil efala que
“quanto mais precocemente os pais entregam a tecnologia para os filhos, mais eles
fazem com que os filhos se exponham menos ao contato com outras crianças”.
A
utilização excessiva de novas plataformas de comunicação e entretenimento, assim
como é ainda com a televisão, embora atualmente em escala menor, pode resultar
no isolamento social e em outros problemas, como complicações à saúde física e
mental, obesidade, colesterol alto e hipertensão, sedentarismo, dificuldade
para ler e fazer cálculos, e distúrbios do sono. A admiração despertada por
modernas ferramentas em adultos tende a ser muito maior nas crianças. O
especialista alerta que essa situação deve ser levada em consideração pelos
responsáveis. “Cada vez mais, elas preferem a vida virtual, ou seja, a vida na
internet é muito mais satisfatória e aprazível do que a que teriam na
realidade”, destaca na matéria.
Jogos,
músicas, filmes, blogs e redes
sociais são as páginas mais visitadas por esse público. Os adultos, na
tentativa de distrair a garotada, até utilizam esses recursos como uma espécie
de babá, um grande equívoco na visão do psicólogo. “Os pais preferem que eles
estejam conectados a estar nas ruas”, afirma. Os pais pensam que dessa maneira
os filhos estão mais seguros. O entrevistado contesta: “Mentira. Ao contrário,
ele [filho] está muito mais exposto”.
Para
enriquecer ainda mais a análise, o Portal Boa Vontade também conversou com o
psicólogo e diretor de prevenção da Safernet no Brasil, Rodrigo Nejm. Ele
apontou que a exposição excessiva dos filhos na web é algo que os pais devem estar atentos, pois muitos dos jovens
acabam divulgando selfies(autorretratos)
que podem ter conotação sexual: “Se o próprio adolescente divulga na rede esse
tipo de imagem, certamente isso atrairá a atenção de pessoas que não são amigas
dele. Um criminoso sexual ou um agressor sexual que está em busca de vítimas e
de alguém mais vulnerável se aproximará desse adolescente”.
Uma
recente pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) constata
isso. Segundo Maud de Boer-Buquicchio, relatora especial do organismo sobre a
venda de crianças, prostituição infantil e pornografia infantil, “as novas
tecnologias estão facilitando a prática de crimes de exploração sexual e novas
formas de comportamento explorador”.
A
medida a ser tomada pelos pais deve ser é a “supervisão”. O dr. Cristiano chama
à seguinte reflexão: “Da mesma maneira que o meu filho não vai dormir na casa
de alguém sem que eu saiba quem é essa pessoa, quem são os pais, ele não deveria estar se conectando no mundo de
uma maneira irrestrita”.
A
reportagem completa, com outras importantes informações, está disponível na
página: www.boavontade.com/saude/os-perigos-ocultos-da-internet.
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