segunda-feira, 30 de março de 2015

Os perigos ocultos da internet

Utilização da internet e de jogos eletrônicos em excesso e sem supervisão são prejudiciais para as crianças

São novos tempos. Antigamente, quando os pais queriam que os filhos se comportassem, eles faziam promessas de passeios e de doces. Hoje, é muito comum oferecerem logo um celular ou tablet para que fiquem calmos durante um jantar fora, por exemplo. Para muitos especialistas, essa medida é prejudicial à criança, já que, ficando muito conectada, pode perder a habilidade de relacionar-se com os outros.

O Portal Boa Vontade (www.boavontade.com) conversou com o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Programa Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).Ele é pioneiro nos estudos do tema no Brasil efala que “quanto mais precocemente os pais entregam a tecnologia para os filhos, mais eles fazem com que os filhos se exponham menos ao contato com outras crianças”.

A utilização excessiva de novas plataformas de comunicação e entretenimento, assim como é ainda com a televisão, embora atualmente em escala menor, pode resultar no isolamento social e em outros problemas, como complicações à saúde física e mental, obesidade, colesterol alto e hipertensão, sedentarismo, dificuldade para ler e fazer cálculos, e distúrbios do sono. A admiração despertada por modernas ferramentas em adultos tende a ser muito maior nas crianças. O especialista alerta que essa situação deve ser levada em consideração pelos responsáveis. “Cada vez mais, elas preferem a vida virtual, ou seja, a vida na internet é muito mais satisfatória e aprazível do que a que teriam na realidade”, destaca na matéria.

Jogos, músicas, filmes, blogs e redes sociais são as páginas mais visitadas por esse público. Os adultos, na tentativa de distrair a garotada, até utilizam esses recursos como uma espécie de babá, um grande equívoco na visão do psicólogo. “Os pais preferem que eles estejam conectados a estar nas ruas”, afirma. Os pais pensam que dessa maneira os filhos estão mais seguros. O entrevistado contesta: “Mentira. Ao contrário, ele [filho] está muito mais exposto”.

Para enriquecer ainda mais a análise, o Portal Boa Vontade também conversou com o psicólogo e diretor de prevenção da Safernet no Brasil, Rodrigo Nejm. Ele apontou que a exposição excessiva dos filhos na web é algo que os pais devem estar atentos, pois muitos dos jovens acabam divulgando selfies(autorretratos) que podem ter conotação sexual: “Se o próprio adolescente divulga na rede esse tipo de imagem, certamente isso atrairá a atenção de pessoas que não são amigas dele. Um criminoso sexual ou um agressor sexual que está em busca de vítimas e de alguém mais vulnerável se aproximará desse adolescente”.

Uma recente pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) constata isso. Segundo Maud de Boer-Buquicchio, relatora especial do organismo sobre a venda de crianças, prostituição infantil e pornografia infantil, “as novas tecnologias estão facilitando a prática de crimes de exploração sexual e novas formas de comportamento explorador”.

A medida a ser tomada pelos pais deve ser é a “supervisão”. O dr. Cristiano chama à seguinte reflexão: “Da mesma maneira que o meu filho não vai dormir na casa de alguém sem que eu saiba quem é essa pessoa, quem são os pais, ele não deveria estar se conectando no mundo de uma maneira irrestrita”.


A reportagem completa, com outras importantes informações, está disponível na página: www.boavontade.com/saude/os-perigos-ocultos-da-internet.

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