Depois de vencer a partida de segunda-feira, 23/6,
contra a Seleção de Camarões, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em
Brasília/DF, nosso país continua em campo, na busca pelo hexa.
A Copa do Mundo é muito útil no exercício da Paz
entre todos. Que assim seja sempre!
No sábado, 21/6, falando aos jovens de Boa Vontade,
que realizavam a 39ª edição de um fórum internacional organizado por
eles, comentei a respeito da Globalização do Amor Fraterno, o tema do dia.
Eurípedes Barsanulfo/Arquivo BV
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Ora, a meta, pelos milênios, é globalizar. Mas o quê? Costumo dizer que a reforma do
social, portanto do humano, vem pelo espírito. Esse é o
diferencial que apresentamos à humanidade. (...). Globalização do que Jesus, o
Celeste Estadista, quer que seja globalizado: o pensamento de Deus, que é Amor
(I João, 4:8); logo, é fraternidade no mais alto sentido. Muita gente ainda
pensa que ela seja apenas entre o seu grupo, entre a sua tribo. E aí as nações
se dividem, os seres humanos se matam, nem as crianças se salvam. (...)
Para se compreender a dimensão do real espírito de
concórdia, peço licença para trazer uma das melhores definições sobre Deus, em
magnífica página de Eurípedes Barsanulfo (1880-1918). Ele foi um respeitado
educador, político, jornalista e médium brasileiro. Trata-se de bela poesia em
forma de prosa:
“O Universo é obra inteligentíssima; obra que
transcende a mais genial inteligência humana; e, como todo efeito inteligente
tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do Universo é superior a
toda inteligência; é a inteligência das inteligências; a causa das causas; a
lei das leis; o princípio dos princípios; a razão das razões; a consciência das
consciências; é Deus! Deus! Nome mil vezes santo, que Newton jamais pronunciava
sem descobrir a cabeça!
“Ó Deus que vos revelais pela natureza, vossa filha
e nossa mãe, reconheço-vos eu, Senhor, na poesia da criação; na criancinha que
sorri; no ancião que tropeça; no mendigo que implora; na mão que assiste; na
mãe querida que vela; no pai extremoso que instrui; no apóstolo abnegado que
evangeliza as multidões.
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, no amor do
esposo; no afeto do filho; na estima da irmã; na justiça do justo; na
misericórdia do indulgente; na fé do homem piedoso; na esperança dos povos; na
caridade dos bons; na inteireza dos íntegros.
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! no estro do
vate; na eloquência do orador; na inspiração do artista; na santidade do
mestre; na sabedoria do filósofo e nos fogos eternos do gênio!
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na flor dos
vergéis, na relva dos vales; no matiz dos campos; na brisa dos prados; no
perfume das campinas; no murmúrio das fontes; no rumorejo das franças; na
música dos bosques; na placidez dos lagos; na altivez dos montes; na amplidão
dos oceanos e na majestade do firmamento!
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, nos lindos
antélios, no íris multicor; nas auroras polares; no argênteo da Lua; no brilho
do Sol; na fulgência das estrelas; no fulgor das constelações!
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na formação das
nebulosas; na origem dos mundos; na gênese dos sóis; no berço das humanidades;
na maravilha, no esplendor e no sublime do Infinito!
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, com Jesus,
quando ora: ‘Pai Nosso, que estais nos Céus...’ ou com os Anjos quando cantam:
‘Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos Homens [e Mulheres] da Boa Vontade
de Deus’”.
Assim fica mais fácil entendermos o Amor
verdadeiramente solidário que urge seja universalizado: o que alimenta, que educa,
que dá segurança, que proporciona saúde, e que, acima de tudo, espiritualiza os
povos em sua totalidade.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
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