Paiva
Netto
Desde a Antiguidade o tema “fim do mundo” povoa a mente de religiosos,
cientistas e leigos, não importando a influência geográfica, cultural, aspectos
sociais e o que mais o seja, sofrida por eles. Na ânsia de prever o caos
derradeiro, muitos marcaram datas para o dia fatídico, criando, de certa forma,
dificuldades para um entendimento mais realista das profecias contidas nos mais
diversos livros sagrados da Humanidade.
Recentemente, uma megaprodução hollywoodiana, baseada em suposta profecia
maia, ou de forma errônea compreendida, atraiu a atenção mundial, sugerindo o
21 de dezembro de 2012 como o dia da extinção da vida na Terra.
A INFLUÊNCIA DOS ASTROS
Na minha mais recente obra literária, “Jesus, o Profeta Divino”,
transcrevo trecho de análise de Ricardo Lindemann, mestre
em Astrologia, membro do Conselho Mundial da Sociedade Teosófica Internacional,
a partir do estudo da influência dos astros no curso dos acontecimentos no
planeta:
“Por outro lado, o fim do Calendário Maia previsto para o solstício de
21 de dezembro de 2012 (...) não apresenta mais do que duas quadraturas
significativas de Urano com Sol e Plutão. Dessa forma, não parece justificar as
graves mudanças que alguns creem que deverão ocorrer nessa data.
“Alguns argumentam que o alinhamento galáctico traria forças maiores
diretamente do centro da galáxia, e portanto de fora do sistema solar, mas
deveria haver algum indício significativo refletido mesmo no nível menor de um
mapa astral calculado apenas dentro do nosso sistema solar, pois, caso
contrário, se estaria ferindo o Grande Princípio Hermético, ou Princípio da
Correspondência, no qual toda a Astrologia sempre se baseou.
“Isso seria o mesmo que quebrar as leis básicas da
natureza e afirmar absurdamente que o macrocosmo entraria em contradição ou
desarmonia com o microcosmo, não mais refletindo este reciprocamente. Porém,
Einstein também dizia que ‘Deus não joga dados com o mundo’. Portanto, caso se
compare o mapa astral do fim do Calendário Maia com o mapa do eclipse de 11 de
agosto de 1999, mesmo um leigo é capaz de observar que os dois estão longe de
apresentar a mesma magnitude de aspectos.
“Dessa forma, não há indicativos de um fim do mundo
em 2012, pois isso não aconteceu nem mesmo em 1999, onde se
apresentaram indícios muito maiores. (...)”.
O
EXEMPLO DA MAÇÃ
Na década de 1980, com a
proximidade do novo milênio, questionado sobre o fim do mundo, esclareci que vivemos período
de excepcionais transformações. Fim de século, de milênio e de um ciclo
apocalíptico. Mas, igualmente, início de extraordinária época para o mundo.
Como na maçã que, mesmo quando podre, encerra futurosas sementes, nesse fim
lateja o embrião de um início totalmente novo para a Humanidade.
Vejam,
não estou afirmando que o que está previsto não ocorrerá, mas daí a determinar
o término da vida planetária, existe uma distância absurda. Portanto, a questão
é confiar em Deus e seguir em frente, respeitando nossa única morada coletiva:
o planeta Terra.
José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br —
www.boavontade.com
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