Funcionários do Hospital Municipal Ruth Cardoso se vestiram de preto e protestaram em frente à unidade na tarde desta quinta-feira (18). Os profissionais reivindicam os direitos trabalhistas, como previdência social e fundo de garantia, que deixaram de ser recolhidos enquanto a Cruz Vermelha ainda administrava o local. Eles temem pelo emprego e afirmam que a situação é instável.
Cerca de 250 funcionários, entre enfermeiras, técnicos de enfermagem e assistentes administrativos, passam pela situação. Os servidores, que preferiram não se identificar por medo de represálias, explicam que a Cruz Vermelha deixou de pagar os encargos e quando a prefeitura assumiu o HMRC, depois de intervir na administração, continuou pagando somente o salário mensal.
Além disso, eles afirmam que a prefeitura quer oficializar o trabalho dos servidores com um contrato temporário, que vai ser válido somente por seis meses. Depois disso, ninguém sabe dizer se terá emprego garantido, ou não.
“A situação é muito instável, estamos inseguros. Ninguém aqui pode ficar brincando desse jeito, temos família pra sustentar. Além disso, o advogado da prefeitura explicou que o que ficou pra trás, ficou. Quem quiser ter os direitos vai ter que entrar na justiça pra conseguir, que eles não vão pagar nada”, conta uma das técnicas de enfermagem.
Outra reclamação dos servidores é referente ao contrato que a prefeitura propôs. Eles explicam que a administração municipal quer que todos assinem um documento afirmando que o início do trabalho foi no mês de agosto. Sendo assim, o 13º salário seria pago proporcional, deste mês em diante. A intervenção da prefeitura no hospital, porém, aconteceu em maio, e todos estes meses não seriam validados.
“Vai acontecer aqui a mesma coisa que aconteceu no Santa Inês. Esse diretor vai acabar com o hospital, eles não estão nem preocupados com os pacientes. Disseram que quem quiser pedir demissão, pode pedir, que eles vão dar uma jeito”, desabafa uma enfermeira.
Em frente ao Hospital Municipal Ruth Cardoso o gestor da unidade, Eroni Foresti, conversou com os funcionários. O diretor explicou que na época da intervenção do HMRC, a prefeitura não tinha outra escolha senão contratar os antigos empregados da Cruz Vermelha em caráter de urgência, para que o local não fechasse.
Ele afirma que a administração sabe exatamente quanto a antiga administradora ficou devendo aos servidores e que, conversando com o Sindicato da categoria, a situação será resolvida. “O prefeito nunca deixaria ninguém aqui em situação ruim, ou irregular. A prefeitura não quer nenhum prejuízo aos seus funcionários. O que a Cruz Vermelha deixou de recolher, tem que ser pago”, explica.
Em sua opinião, a melhor alternativa seria que os funcionários fizessem a rescisão do contrato que possuem com a Cruz Vermelha através do Sindicato. Depois disso, sua sugestão é de que todos entrem com um processo para que revejam seus direitos trabalhistas. “Isso eles devem ver com o Sindicato, que é forte, qual a melhor maneira de resolver. É lá que vai ser decidido, porque não adianta a prefeitura tentar resolver questões que não pode, que vão contra a lei”.
Quanto à data do novo contrato que deve ser assinado com a prefeitura, o gestor explica que isso será definido com a procuradoria municipal. Em relação à contratação temporária, Eroni comenta que deve ser válida até abril e, depois disso, a administração do HMRC pode ter dois rumos: ou será terceirizada novamente, ou haverá concurso público para contratação definitiva de profissionais. Se o destino for o segundo caso, estes 250 servidores, que enfrentam problemas com a Cruz Vermelha, deverão se inscrever para a prova e concorrer a uma vaga no HMRC.
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