A descoberta de que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, destinou R$ 200 mil em emendas para uma ONG criada pelo coordenador de sua campanha ao governo do Estado, Claudionor de Macedo, deu fôlego à oposição para incluir mais um ministro na lista dos convocados a dar explicações no Congresso.
Diante das novas denúncias, tucanos pressionam para que o requerimento de convocação da petista, apresentado na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, seja votado na próxima quarta-feira.
— Temos um acordo com o governo de que todo ministro envolvido em irregularidade aceitará dar explicações aos parlamentares. Esperamos que com a Ideli não seja diferente — avisa Fernando Francischini (PSDB-PR), um dos autores da convocação.
A denúncia, levada ao Congresso por Francischini e pelo deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), revela que a ONG Centro de Elaborações, Assessoria e Desenvolvimento de Projetos (Cesap), criada por Claudionor, teria sido beneficiada por emendas destinadas por Ideli quando ainda era senadora, em 2007 e 2008. Além disso, a entidade teria recebido cerca de R$ 377,7 mil em convênios com órgãos do governo federal.
A ministra Ideli Salvatti disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que estava tranqüila porque não havia cometido nenhuma irregularidade. Na nota, a petista explicou que Claudionor, que também já atuou como seu motorista, segurança e assessor parlamentar, pediu afastamento de todas as atividades ligadas a ONG no ano de 2004, tornando-se apenas membro colaborador da entidade.
As explicações não foram suficientes para convencer a oposição. Na avaliação de Francischini, como responsável pela articulação política do Planalto, Ideli precisa ter critérios mais corretos na hora de definir quem serão os beneficiados por suas emendas. O tucano exige ainda a explicação da ministra para nomeação da irmã de Claudionor, Severine Macedo, para a Secretaria Nacional da Juventude.
— Queremos saber se foram os atributos técnicos ou o parentesco com Claudionor que levaram essa servidora a um cargo no governo federal — indaga o deputado.
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