A morte não interrompe a
vida, portanto o aprendizado não tem fim. Na Terra ou no Céu da Terra,
prosseguimos trilhando o caminho da Eternidade.
Quando meus pais faleceram, muito
padeceu o meu coração. Contudo, prontamente comecei a entoar comovido colóquio
com o Criador, amenizando a saudade e lhes transmitindo mensagens de paz e de
gratidão. Logo senti que continuam vivos, porque os mortos não morrem. E,
quando se ora, a Alma respira, fertilizando a existência humana. Fazer prece é
essencial para desanuviar o horizonte do coração. Alziro Zarur
(1914-1979), Proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo,
ensinava que “Deus não nos criou para nos matar” e que “não há morte
em nenhum ponto do Universo”, assunto de que, em outras ocasiões,
voltaremos a falar. Minha solidariedade, pois, aos que sofrem a aparente
ausência de seus entes queridos. Mas tenham certeza de que realmente os mortos
não morrem. Um dia, todos haveremos de nos reencontrar.
“A morte não existe
“E a dor é uma ilusão do nosso sentimento.”
Alentadoras palavras deixadas a nós pelo poeta
português Teixeira de Pascoaes (1877-1952), coincidentemente nascido num
“Dia de Finados”. Que Deus o tenha em bom lugar!
Dia de Finados
O ensejo recorda-me o pronunciamento do papa João
Paulo II (1920-2005), em 2 de novembro de 1983, ao se dirigir aos fiéis
reunidos no Vaticano. Nele, Sua Santidade enfatiza que o diálogo com os mortos
não deve ser interrompido:
“Somos convidados a retomar com os mortos,
no íntimo do coração, aquele diálogo que a morte não deve interromper.
(...) Baseados na palavra reveladora de Cristo, o Redentor, estamos certos da
imortalidade da alma. Na realidade, a vida não se encerra no horizonte deste
mundo (...)”. (Os
destaques são nossos).
Daí a precisão de refletirmos sobre esse ponto. É
compreensível que sintamos saudade dos que partiram, mas não nos devemos
exceder em lágrimas, porque a nossa aceitável dor pode perturbar-lhes, no Plano
Espiritual, a adaptação à nova conjuntura.
Lições do fenômeno inafastável
Dia virá em que alguns pensadores não mais
prescindirão dessa realidade confortadora. Deveriam, sobretudo, elucubrar a
respeito da morte e não procurar explicações unicamente materiais para um
fenômeno irremovível que envolve o Espírito. Quando desperta no “Outro Mundo”,
a surpresa para muita gente é grande.
No cotidiano, persistem aqueles que possam sorrir
dessas modestas ilações. No entanto, os imprescindíveis cultores do intelecto
não se podem designar donos de uma certeza inamovível. Não se apraz com a boa
índole de seu labor. De outra maneira, seu pensamento deixaria de ser ciência,
visto que a incessante investigação provoca justamente o crescimento da
cultura.
Há décadas, o sempre lembrado Zarur concluiu que “Deus
criou o ser humano de tal forma que ele só pode ser feliz praticando o Bem”.
Assim, é preciso existir amor desde o coração do homem douto até o do ser mais
simples, de modo a derribar a mentalidade esterilizadora do ódio, que vive a
castrar o avanço menos delituoso da civilização.
Espiritualização Ecumênica
A morte não interrompe a vida, portanto o
aprendizado não tem fim. Na Terra ou no Céu da Terra, prosseguimos trilhando o
caminho da Eternidade.
Em meu livro As Profecias sem Mistério
(Editora Elevação, 1998), no capítulo “Progresso sem destruição”, afirmo que
nenhum país progride sem boas escolas, posto que, entre outros benefícios, elas
promovem a produtividade. E, no milênio terceiro, a Espiritualização Ecumênica
das massas tornar-se-á fator inarredável. Desce das alturas a certidão de óbito
da era macabra da intolerância religiosa ou acadêmica, tanta vez semeada no
altar ou na banca de estudo.
Que a Paz de Deus esteja agora e sempre com todos!
E vamos em frente, trabalhando, realizando e atuando com decisão, coragem,
solidariedade, generosidade, porque Deus está presente!
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br —
www.boavontade.com
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