quinta-feira, 27 de julho de 2017

Golpe em compra de terreno engana casal e cartórios em Balneário Camboriú

O casal Waldir Cury Jr. e Carla Vaccaro de Carvalho vive um pesadelo há um ano e agora decidiu torná-lo público. Eles foram enganados por uma quadrilha que se passou por dona de um terreno no centro de Balneário Camboriú. As vítimas compraram o lote, registraram a área e um mês depois foram informados pelo cartório de registro de imóveis que foram vítimas de um golpe. O caso está sendo apurado na justiça.
Em janeiro do ano passado, o casal começou a procurar imóveis no centro da cidade. Eles queriam uma área para construir uma casa. Durante as buscas em sites especializados e imobiliárias, foram procurados por duas corretoras de imóveis autônomas. Durante as visitas, chamou a atenção do casal um terreno na rua 2070, no centro de BC.
“O terreno não estava abaixo do valor de mercado. Era o valor que custavam as áreas de vizinhos”, explica.
Eles pagaram R$ 400 mil pelo lote e gastaram mais R$ 100 mil com a comissão para as corretoras, taxas, projetos e a sondagem de solo. Toda a negociação foi feita com orientação de dois advogados da família juntamente com o 1º Tabelionado de Balneário Camboriú.
O problema é que o grupo falsificou todos os documentos dos verdadeiros donos da área. No dia de fazer o contrato de compra e venda, o casal teve um encontro presencial com os supostos donos do terreno.
O pagamento foi feito com quatro cheques de R$ 100 mil porque, segundo a história dos golpistas, o pagamento seria dividido com os três filhos dos vendedores. Oúltimo cheque ficaria pra o casal que vendia a área. “Ninguém iria suspeitar de um senhor de idade que ainda pediu o pagamento em cheques”, narram as vítimas.
Dias depois, foi feita a escritura em nome dos novos compradores. Quando eles já davam início as obras no terreno, um mês depois, foram avisados que tinham sido enganados.
“Faz um ano que estamos tentando resolver. Entramos com uma ação contra o tabelionato e ainda estamos tendo que nos defender na justiça, porque os verdadeiros donos, de Londrina, no Paraná, acionaram a gente e o tabelionato. Fizemos tudo honestamente e ainda precisamos nos defender”, lamenta Waldir.
Eles temem que o caso se arraste na justiça e que acabem ficando sem o dinheiro pago.“Eu não acho justo receber o meu dinheiro de volta daqui a 15, 20 anos. O dinheiro que as nossas famílias juntaram a vida inteira para nos ajudar”, explica Waldir.
Investigação
O delegado Márcio Santos Maciel garante que não houve nenhuma omissão ou falha nos procedimentos feitos na compra do terreno. O delegado também informou que a investigação está evoluindo, mas não deu detalhes.
Através de uma nota oficial, o 1º Tabelionato de BC admite que a fraude foi sofisticada e que nem mesmo o perito judicial conseguiu identificá-la. Também destaca que foram adotadas as medidas judiciais cabíveis.
Já o 1º ofício de registro de imóveis diz, também através de nota, que a sua atuação foi somente no registro da matrícula do imóvel.

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