Pela primeira vez desde a construção do píer turístico, há 16 anos, Itajaí não verá a atracação de nenhum navio de cruzeiro nesta temporada. A Secretaria de Turismo tentou nos últimos meses viabilizar novas escalas depois que o navio Empress, que operou aqui no último verão, passou a navegar no Oriente Médio – a “bola da vez” no mercado.
As limitações do próprio píer, entretanto, tornaram a missão impossível: os seis únicos transatlânticos que operarão na costa brasileira nesta temporada têm dimensões maiores do que comporta a estrutura de Itajaí.
As dificuldades para este verão já eram previstas, e não apenas por aqui. O Brasil teve uma queda vertiginosa no número de navios de cruzeiro nos últimos anos, resultado de questões burocráticas confusas e custos altos de operação em comparação com outros países.
Para ter uma ideia do volume da perda, em 2012 havia 21 transatlânticos operando na costa brasileira _ três vezes mais do que no próximo verão. Naquele ano, Itajaí contabilizou 34 escalas de três armadores diferentes, que trouxeram à cidade mais de 57 mil passageiros.
A debandada deve atingir não apenas a cidade, mas também municípios do entorno para onde muitos passageiros de transatlânticos se deslocavam durante as paradas em Itajaí. Como Blumenau e Brusque, por exemplo. As limitações de estrutura para receber transatlânticos em Itajaí serão sanadas com a construção de um novo píer, junto à Vila da Regata, nos fundos do Centreventos. O projeto prevê espaço para receber os maiores navios de turismo em operação.
A alteração teria que ser feita de qualquer forma: com as obras da nova bacia de evolução, será necessário demolir o píer atual.
O problema é que o município não pode cuidar desse assunto sozinho. Desde que entrou em vigor o novo marco regulatório dos portos, em 2013, todas as decisões em relação a áreas portuárias são tomadas em Brasília – o porto não pode, por exemplo, licitar um arrendamento por conta própria, como fez para a construção da Marina Itajaí antes da mudança na lei.
O projeto já chegou a ser apresentado à Secretaria Especial de Portos (SEP), mas ainda não caminhou. A situação complica porque a secretaria está acéfala desde o afastamento de Dilma Rousseff (PT).
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