A última onda de atentados organizados contra ônibus do transporte coletivo, viaturas, bases policiais, além de agentes da segurança pública em Santa Catarina será o pano de fundo de uma audiência que dará início ao julgamento de 62 réus, a partir desta quarta-feira, no fórum central de Florianópolis.
Os acusados são apontados como membros da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC), denunciados por participação na sequência de ocorrências registradas entre setembro e outubro de 2014, a quarta e última onda de ataques no Estado.
Os crimes analisados são de associação para o tráfico de drogas e participação em organização criminosa, divididos em quatro processos: um envolve os supostos mandantes do grupo, outro diz respeito aos envolvidos diretamente nos ataques, enquanto o terceiro apura ligações com o tráfico de drogas e o quarto abrange três foragidos.
Entre os réus há nomes já julgados e condenados por envolvimento em atentados anteriores, mas que teriam voltado a agir em incêndios e outras ações coordenadas nos períodos seguintes - em 2014, a Justiça catarinense sentenciou 80 acusados a penas que, somadas, alcançavam 1.049 anos de prisão.
A maioria dos réus está detida no sistema prisional catarinense e terá de ser escoltada até o auditório do Tribunal do Júri, onde está marcada a sessão. Devido aos riscos, um enorme aparato de segurança será mobilizado para garantir a movimentação dos presos e a proteção de testemunhas e servidores envolvidos na audiência. Será proibido o acesso de quem não tiver participação direta nos trabalhos.
Réus detidos em unidades prisionais de fora do Estado poderão acompanhar a audiência por meio de videoconferência. O auditório do Tribunal do Júri será equipado ainda nesta terça-feira com os recursos necessários para a sessão.
Como é grande o número de envolvidos, nesta quarta serão ouvidas apenas as testemunhas de acusação.
A previsão é de que a audiência continue na quinta-feira, sob as mesmas circunstâncias. Ao final das atividades, o juiz marcará os depoimentos das testemunhas de defesa e dos réus, que devem ocorrer com a mesma estrutura.
Nas etapas seguintes, acusação e defesa poderão pedir novas diligências e apresentar suas teses antes da sentença, nas chamadas alegações finais. Só depois o juiz terá condições de condenar ou absolver os envolvidos.
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