Com uma base montada no Parque Ramiro Ruediger, em Blumenau, o Vale do Itajaí terá reforço do helicóptero do Corpo de Bombeiros Arcanjo 03 para operar em situações de busca e resgate em parceria com profissionais do Samu. Mas os trabalhos na região têm tempo limitado: começam quarta-feira e terminam dia 30. A estratégia é uma tentativa de sensibilizar o poder público para manter a operação no município após esse período.
A presença da aeronave em Blumenau é justificada pela densidade demográfica regional, índice de acidentes nas rodovias, proximidade com o Litoral Norte, eventos climáticos que historicamente afetam a região e pelo fluxo de turistas no período de festas de outubro. De acordo com estudos da academia do Corpo de Bombeiros, o Vale é a região do Estado com maior demanda reprimida de atendimentos que precisariam de apoio aéreo.
— A primeira área do Estado com demanda reprimida é Florianópolis, que já tem duas aeronaves. E o segundo local com maior número de ocorrências típicas para atendimento com apoio aéreo é Blumenau. Em torno de 70% do que ocorre na Capital, ocorreria aqui — explica o capitão Pratts, piloto do Batalhão de Operações Aéreas.
Uma equipe de 30 profissionais do Samu e quatro dos bombeiros de Blumenau foi treinada para integrar a tripulação do helicóptero. Neste período, três pilotos de Florianópolis se revezarão na estrutura de contêineres montada no parque. A aeronave é alugada e será devolvida em um mês. O custo anual do aluguel é de R$ 1,2 milhão, se comprada o valor seria em torno de R$ 6 milhões.
A estimativa da corporação é de um atendimento grave por dia. Daqui ao Alto Vale o helicóptero levará 30 minutos. O deslocamento ao litoral vai durar 15 minutos. Antes do Arcanjo decolar são levadas em consideração distância e gravidade da ocorrência.
— Os benefícios são agilidade e eficiência. Com apoio aéreo, levamos um curto tempo para levar médico, enfermeiro e estrutura ao local da ocorrência. Já há equipe formada e disposta a trabalhar nisso, falta só um acordo com o Estado para manter a aeronave aqui — afirma Pratts.
O funcionamento temporário dos serviços do Batalhão de Operações Aéreas (BOA) em Blumenau foi viabilizado pela parceria da corporação e da Secretaria de Estado de Saúde. O Arcanjo 01 estava em manutenção programada por quase dois meses e um helicóptero foi alugado por 90 dias para garantir a operação. Como há um período de um mês em que os bombeiros terão dois helicópteros, o serviço foi ampliado para o Vale.
— Foi uma decisão estratégica do comando, que sabiamente posicionou a aeronave neste período aqui em Blumenau. É um serviço diferenciado e ganhamos muito no tempo-resposta e na qualidade. Temos que sensibilizar o governo para que ela permaneça na região — avalia o comandante do 3º Batalhão de Bombeiros Militar, major José Gamba Júnior.
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