Uma operação do Ministério Público desencadeada nesta terça-feira em Itajaí prendeu um vereador (diretor da Codetran até 2013) fez buscas e apreensões na Câmara de Vereadores, na prefeitura e em empresas, e deixou uma série de dúvidas no ar sobre o foco das investigações. Batizada de Parada Obrigatória I e II _ na verdade, são duas operações diferentes em uma _, a ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) nesta terça-feira em Itajaí, Brusque, Penha, Lages e Florianópolis. Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão, dois deles em Itajaí. Nenhum nome foi divulgado pela força-tarefa.
O único preso preventivamente _ as demais detenções são temporárias _ é o vereador de Itajaí José Alvercino Ferreira, o Zé da Codetran (PP). Ele deu entrada no Presídio da Canhanduba ao meio-dia. Outros dois mandados foram cumpridos em Brusque e Lages. Um agente público de Florianópolis foi afastado do cargo.
As duas operações se referem a crimes relacionados a órgãos de trânsito (em Itajaí, a Codetran) e depósitos de veículos em outras cidades. Estão em análise diversas questões administrativas ligadas à Codetran. Um exemplo citado de suposta irregularidade é a liberação de veículos apreendidos do pátio sem o devido processo legal.
Em entrevista coletiva à tarde, o coordenador do Gaeco, promotor Jean Forest, apenas informou o cumprimento de todos os mandados expedidos pela 1ª Vara Criminal de Itajaí. Além das prisões, quatro pessoas foram conduzidas a prestar depoimento e os investigadores executaram 17 mandados de busca e apreensão e recolheram 45 veículos e R$ 95 mil em dinheiro. Um imóvel comercial também foi retido.
Conforme o promotor Ary Capella Neto, 12 pessoas e sete empresas são os alvos da Parada Obrigatória 1, que apura crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e advocacia administrativa _ utilização indevida de um cargo público e suas funções.
A Parada Obrigatória 2, um desdobramento da primeira, apura crimes de peculato, formação de quadrilha e advocacia administrativa no setor de transporte das cidades envolvidas. De acordo com Forest, 11 empresários, um agente público e quatro empresas estão sendo investigados. Conforme o promotor, nas sedes do Legislativo e da prefeitura a força-tarefa procurou documentos de licitações ligadas à Codetran.
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