Os primeiros reflexos da perda da linha asiática que passará a operar em Navegantes a partir de agosto começaram a aparecer em Itajaí. APM Terminals demitiu nesta quarta-feira 30 funcionários do setor administrativo, como forma de readequar a estrutura funcional à menor demanda. Sozinha, a linha correspondia a 40% do movimento da arrendatária do Porto de Itajaí.
Em comunicado aos trabalhadores, a empresa elencou quatro motivos para os desligamentos: a situação econômica do país, a redução na movimentação de cargas a partir do segundo semestre (motivada pela perda da linha asiática), a alta competitividade entre os terminais em Santa Catarina e assimetria de negócios – em referência aos altos custos de operação em Itajaí.
Em nota ao mercado, o terminal informou que manterá cinco linhas, atendendo Europa, Oriente Médio, Ásia, Argentina e Brasil.
Apesar da perda da linha, a APM continuará movimentando cargas vindas da Ásia através de um novo consórcio de armadores, que inclui Maersk, Mol e MSC. Essa linha, que vem sendo chamada internamente de 3M, fará a rota asiática com atracações nas duas margens. Para Itajaí isso significa três mil TEUs por mês – um terço do que era movimentado pela configuração da linha que optou pela Portonave.
Considerando duas linhas do Golfo perdidas e uma da África que deve sair do portfólio, mais a linha que migrou para Navegantes, a perda do Porto de Itajaí era de 64%. A permanência da 3M reduzirá o prejuízo para 50%.
A redução no número de funcionários também deve atingir o órgão gestor de mão-de-obra (Ogmo). De acordo com o diretor-executivo, Luciano Rodriguez, estão sendo avaliadas especialmente as funções que não são exigência legal.
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