Muitas vezes sou questionado por jovens sobre política.
Respondo que a política faz parte do nosso dia a dia, queiramos ou não. E participar da política é lutar por um mundo melhor, mais justo e feliz.
Precisamos entender que política não é algo para os outros e por isso mesmo é muito importante a participação do jovem na política. Apenas quando participamos podemos realmente cobrar o que não está sendo feito. E não é necessário que tenhamos cargo no legislativo, ou no executivo, para termos participação ativa na vida política do nosso município. Somos seres políticos e há muitas formas de exercermos plenamente a nossa cidadania. Podemos, por exemplo, participar dos diversos conselhos municipais que discutem políticas públicas para a cidade, ou das diversas audiências públicas que são promovidas e que precisam ouvir a comunidade. Essas são apenas algumas das formas de participação na vida política da nossa sociedade.
Se você mora em condomínio deve participar das reuniões, que são chatas, eu sei. Mas, são necessárias para a boa convivência dos moradores. Se você é responsável por uma criança, deve acompanhar a vida escolar dela e participar das reuniões e eventos pedagógicos, isso também é fazer política.
Temos uma imensa dificuldade de conviver com o diferente. E uma dificuldade maior ainda de participar de algo que não nos traga retorno imediato. Você pode se perguntar por que razão deve assistir as sessões da Câmara de Vereadores, se os vereadores foram eleitos e recebem para representar o povo nas sessões. Essa é uma pergunta frequente que me fazem. E eu sempre respondo: você deve participar para fiscalizar o seu vereador. É isso mesmo. Você deve ir lá para que ele saiba que você está acompanhando o trabalho dele. E você poderá comprovar se o compromisso assumido com você na campanha está sendo cumprido. Nada mais justo. O vereador é seu representante e você deve cobrar dele essa representação.
Infelizmente, a maioria das pessoas acredita que não faz parte do problema e querem que apenas os governantes resolvam tudo. Se o povo soubesse, realmente, a força que tem, com certeza cobraria muito mais os direitos que possui e que não são respeitados.
Na vida, temos que aprender a conviver com o outro mesmo que não concordemos com a postura dele, e na política não é diferente.
Quem acredita que viver em sociedade é um mar de rosas está totalmente fora da realidade. E na política, assim como na sociedade, não há constante harmonia. Há interesses diversos e temos que aprender a conviver com isso. Isso não significa, entretanto, abrir mão dos ideais. Viver em sociedade é saber respeitar os limites do outro, é aprender a respeitar o diferente, e isso não é fácil. Mas, precisamos entender que não existe política do eu sozinho, ou seja, a política assim como a vida, envolve vários atores, uns são protagonistas, outros coadjuvantes. Mas, o que importa é exercer bem o seu papel, com dignidade e ética.
Política é o lugar do conflito, mas também do diálogo. E por isso mesmo, os jovens precisam entender que antes de arrumar o país, precisam arrumar o quarto. E nós, adultos, antes de querer colocar tudo abaixo devemos ser pessoas que transformam o mundo. Para exercer bem o meu papel, eu preciso pertencer a cidade para me comprometer com ela. E isso serve para o empresário, o pai de família e o aluno. Para que eu seja bom no que faço eu preciso encontrar um significado para fazer.
E não é só a família ou a escola que ensinam; a política, ensina também.
Para vivermos bem e lutarmos por uma sociedade mais justa e igualitária, precisamos descobrir quem somos e quem é o outro, sem esquecer de exercer a cidadania diariamente, afinal, como já disse o filósofo Edmund Burke: “ Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”.
Giovani Felix
Educador Salesiano, Bombeiro Comunitário e Vereador de Itajaí (PT)
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