quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Polícia prende homem que mantinha dez trabalhadores em condições de trabalho escravo em Ituporanga

Nesta terça-feira (22), a Polícia Civil prendeu em flagrante Valdecir Antunes Rodrigues, conhecido por “Marrom” ou “Gato”, por manter 10 homens, incluindo um adolescente de 16 anos, trabalhando com o corte de eucalipto, em condições análogas à de escravo, em uma fazenda no bairro Vila Nova. Os trabalhadores foram todos resgatados da situação subumana que se encontravam.

Após informações levantadas pela equipe da Delegacia de Ituporanga, coordenados pelos Delegados Nelson Vidal e Gustavo Reis, foram verificadas a situação degradante que os trabalhadores eram submetidos. As vítimas eram obrigadas a morar no local, tinham péssimas condições trabalho e a jornada diária era de 10h a 12h. Nenhum deles era registrado e recebiam quantia ínfima pelo labor desenvolvido (enquanto o preço de mercado para este tipo de serviço é de R$60,00 a R$100, os trabalhadores recebiam R$ 30). Muitas vezes eram pagos na forma de “vale”.

Praticamente não se respeitavam minimamente as condições de higiene. Os homens habitavam um galpão desprovido de paredes laterais, inexistia banheiro, apenas havia um local improvisado para realizarem suas necessidades fisiológicas. O banho, quando realizado, era por meio de um cano com água gelada, e os poucos gêneros alimentícios ficavam em cima de uma madeira. Não havia mesa nem dispensa. Além disso, não havia qualquer material de proteção no trabalho de corte de pinus (bota, capacete, luvas, etc).

“Marrom” era o intermediário do crime, que recrutava os trabalhadores no município de Pinhão (PR) e trazia-os para Santa Catarina. Apesar da situação semelhante à escravidão, nenhuma das vítimas denunciava o crime, pois tinham medo de “Marrom”, por isso também não saiam do trabalho.

A Polícia Civil ouviu todos os 10 trabalhadores e confirmou a denúncia, que foi registrada em vídeo e fotos. Conforme o Delegado Vidal, as investigações prosseguem com o objetivo de esclarecer todas as circunstâncias, inclusive com o intuito de apurar o suposto envolvimento de dois grandes empresários da região, que são os proprietários das terras onde os trabalhadores trabalhavam e moravam.

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