Há tempos observo-lhes que a miscigenação do mundo
é inevitável. Da mesma forma, destaco que o Ecumenismo dos corações é o bom
futuro da Humanidade.
As criaturas não sobrevivem no isolamento. A
confraternização geral é um legítimo anseio que ignora fronteiras e segue
unindo, apesar dos pesares, etnias, filosofias,
religiões, pátrias, enfim, seres humanos e espirituais. Em Sua passagem pela
Terra, Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, testemunhou, a todo
momento, que esse é o caminho. Uma de suas frases didáticas ilustra bem isso:
“Se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais?” (Evangelho
segundo Mateus, 5:47).
Nosso país, ainda que precise avançar muito,
incentiva e trabalha pelo respeito às diferenças. Um exemplo é a Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial, criada pelo governo brasileiro em 21 de março de 2003, atualmente sob o comando da
ministra Luiza Bairros.
Em novembro, Mês da Consciência Negra, em especial
na data de hoje, 20/11, vale ressaltar a relevância das iniciativas dedicadas a
tão nobre finalidade. A luta histórica de Zumbi dos Palmares (1655-1695)
prossegue, alcançando crescente vitória nas consciências. O mundo se tornará
mais feliz à medida que seus habitantes, sem exceção, receberem o devido apoio
e usufruírem da liberdade seguramente adjetivada como responsável.
IDENTIFICANDO
O PRECONCEITO
Um importante passo para que haja fraternidade
mútua é o reconhecimento do preconceito, às vezes velado, que a maioria nem
percebe que pratica.
Durante sua participação no programa “Conexão
Jesus”, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o professor doutor Kabengele
Munanga, antropólogo do Centro de Estudos Africanos da Universidade de São
Paulo (USP), comentou: “Como o próprio termo diz, preconceito é um julgamento
preconcebido sobre os outros, os diferentes, sobre os quais não temos, na
realidade, um bom conhecimento. O preconceito é um dado praticamente universal,
porque todas as culturas o produzem. Não há uma sociedade que não se defina em
relação às outras. E, nessa definição, nos colocamos numa situação, achando que
somos o centro do mundo: a nossa cultura é a melhor, a nossa visão do mundo é a
ideal, a nossa religião é a melhor. Assim, julgamos os outros de uma maneira
negativa, preconcebida, sem um conhecimento objetivo. A matéria-prima do
preconceito é a diferença”.
Aliás, em
“Reflexões da Alma” (2003), reafirmei que racismo
é obscenidade (assim como preconceitos sociais, religiosos, científicos ou de
qualquer outra espécie). Vai solapando não somente os esforços da etnia negra,
mas também dos brancos pobres, dos índios, dos imigrantes... É preciso
erradicá-lo, pois em seu bojo surgem os mais tenebrosos tipos de perseguição,
que vêm dificultando o estabelecimento da Paz no planeta.
José de Paiva Netto,
jornalista, radialista e escritor.
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