Foi concluída na manhã desta terça-feira uma operação da Polícia Federal para desestruturar uma quadrilha suspeita de comandar o tráfico de drogas na Serra Catarinense. O grupo teria ligações também fora do Estado e até do país. Oito pessoas foram presas.
As investigações eram realizadas há um ano. A Polícia Federal concluiu que a quadrilha se concentrava em três líderes, moradores de Lages. Por isso a operação recebeu o nome de Gerião, um gigante da mitologia grega com três cabeças.
Os agentes constataram que o esquema era centrado em Lages, mas tinha repercussão em outros municípios da região, em Vacaria (RS) e no Paraguai. Assim, as investigações tramitaram entre a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal.
Ao longo destes 12 meses de investigações foram apreendidos cerca de 25 quilos de maconha e outros quatro de crack e cocaína. Só que as pessoas presas, diz o delegado Ildo Rosa, eram as menos expressivas dentro da quadrilha, as consideradas “mulas”, que ficam mais expostas.
Após identificar os principais nomes do bando, todos sediados em Lages, a Polícia Federal conseguiu nove mandados de prisão emitidos pela Justiça Federal. Oito foram cumpridos; um fica nulo em virtude da morte da acusada, há cerca de duas semanas.
Os oito presos foram levados ao Instituto Geral de Perícias (IGP) para exame de corpo de delito e, em seguida, ao Presídio Regional de Lages, onde aguardarão julgamento por formação de quadrilha e tráfico de drogas. Apesar das prisões, as investigação continuam, já que a PF quer descobrir novas ligações da quadrilha nas outras cidades onde atuava.
O delegado Ildo Rosa comenta que a operação assinala uma tendência que vem se consumando, de interiorização das organizações criminosas em Santa Catarina.
— Antes estes grupos atuavam especialmente em Florianópolis, Joinville e Itajaí, mas agora estão indo para o interior do Estado. Lages, principalmente, tem uma interação muito grande com outras cidades pela sua proximidade com o Rio Grande do Sul e o Paraná e por estar entre as BRs 116 e 282. Estrategicamente, Lages tem tudo para ser uma rota de distribuição de drogas. E isso já está acontecendo —, conclui o delegado.
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