Acusado por crimes sexuais, o ex-deputado Nelson Goetten volta a ser notícia, desta vez, acusado de enriquecimento ilícito, fraudes e promoção pessoal. A Justiça quer saber o destino de mais de R$ 3 milhões que foram repassados pelo governo do Estado para um projeto que incluía um caminhão equipado com palco e som que passava por cidades catarinenses para divulgar as potencialidades catarinenses.
As denúncias são de quando Goetten era deputado estadual e federal e não têm relação aos motivos que o levaram à cadeia, no dia 30 do mês passado — ele permanece preso em Itapema, no Litoral Norte. Em razão do foro privilegiado que tinha enquanto ocupava mandato, o inquérito das suspeitas de crimes financeiros só agora está sendo analisado pelo Ministério Público Estadual de SC. A determinação foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli, em fevereiro deste ano.
Enquanto tramitou no STF, a ação pretendia o ressarcimento aos cofres públicos de R$ 3.069.729. O dinheiro entrou na conta de cinco associações do Alto Vale entre os anos de 2005 e 2006 pelo Fundo Social e pela Secretaria de Estado da Fazenda. Ao estilo showman, Goetten andava por cidades catarinenses em um caminhão com palco e som e cuja finalidade seria divulgar as potencialidades das regiões catarinenses.
O caminhão de Nelson foi lançado em outubro de 2003, em Rio do Sul. O alvo da ação é justamente esse projeto, pelo qual é suspeito de se beneficiar com dinheiro e também politicamente.
O então deputado estadual pelo PFL (sigla que hoje é o DEM) arrastava multidões apresentando ao microfone shows e espetáculos de dança em todos fins de semana. Participava dos eventos, em especial aos da Banda Curingas. Subia no palco também para proferir discursos políticos. O seu nome era citado e mencionado pela banda, exaltando-o como idealizador do projeto.
Para o Ministério Público, a prova de que o caminhão serviria para sua promoção foi o material da campanha nas eleições de 2006, quando concorreu e se elegeu deputado federal com mais de 75 mil votos. A investigação constatou, também, supostas fraudes na execução do empreendimento. Num documento do STF a que o DC teve acesso (veja alguns trechos em destaque), o MP escreve que as "verbas recebidas vêm tendo sua finalidade desviada em proveito do deputado (...) num esquema de grandes proporções, fazendo com que os recursos públicos sirvam a fins de promoção pessoal e enriquecimento ilícito".
Nenhum comentário:
Postar um comentário