'Vai dar golpe no diabo, safado'. Eram esses os dizeres do bilhete deixado pelo autor dos tiros que mataram Kléber das Neves, 31 anos. O corpo foi encontrado ontem, dentro de um carro abandonado na zona rural de Itajaí. A vítima havia sido presa há três anos por suspeita de estelionato.
Por isso, a Central de Operações Policias (COP), que investiga o assassinato, acredita que o autor dos disparos seria uma das supostas vítimas de Neves.
- Por enquanto é só o que podemos revelar - diz o delegado Alan Pinheiro de Paula.
Eram por volta das 6h30min, quando moradores do Bairro São Roque avistaram o corpo de Neves dentro de Honda Civic com placas de Blumenau e chamaram a polícia.
Neves era natural de Blumenau. Em fevereiro de 2008, ele foi detido em Florianópolis, sob suspeita de fazer parte da quadrilha que aplicava o golpe da nota preta. Na ação, os estelionatários se apresentavam às pessoas dizendo que eram de Brasília e que tinham cédulas com problemas de impressão.
Para que o dinheiro voltasse a ter valor bastava aplicar um líquido. A promessa era de que a vítima receberia cinco vezes mais do que pagou pelo dinheiro, que na verdade não existia. A quadrilha entregava notas verdadeiras às pessoas para que aplicassem o líquido e comprovassem que as cédulas tinham valor. Depois que a vítima pagava pelo dinheiro não recebia nada em troca.
No mesmo ano em que foi preso, Neves acabou sendo solto. Ele conseguiu um habeas corpus e respondia o processo em liberdade. A Polícia Civil trabalha na identificação das vítimas do golpe supostamente praticado por Neves. Com o levantamento em mão, o delegado acredita que será possível localizar o autor ou mandante do homicídio.
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