A troca de comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro não deve trazer uma mudança na política de segurança do Estado. A avaliação é do coronel reformado Paulo Ricardo Paúl, que foi diretor de Ensino e Instrução da corporação. "A polícia vai continuar no tiro, porrada e bomba, mas é o que o secretário quer", diz o oficial.O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, anunciou nesta terça-feira (7) o nome do coronel Mário Sérgio de Brito Duarte para o cargo de comandante-geral da PM. Duarte é ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais.
"Já tivemos dois chefes na Polícia Civil e três comandantes-gerais na Polícia Militar durante o governo do Sérgio Cabral (PMDB), mas o secretário é o mesmo", diz o coronel Paúl. "É sinal de que a área de segurança não está indo bem".Para Paúl, um dos desafios do novo comandante-geral da PM do Rio será chefiar uma corporação que sofre com a morte de "um policial a cada 15 dias, em média" e que perdeu parte de sua identidade ao deslocar as atividades para o combate ao tráfico nos morros da capital fluminense."A Constituição diz que a PM é uma força ostensiva, com o objetivo de manter a ordem pública. A ação da PM tem que ser preventiva", diz. O oficial acredita que esse deslocamento de atividades fragiliza o policiamento e falha no combate à criminalidade. "A PM do Rio está virando um grupo de guerrilheiros urbanos. Lugar de PM é nas ruas. Quem tem que prevenir e reprimir o tráfico de drogas e o contrabando de armas é a Polícia Federal. Polícia Militar e Polícia Civil fazerem isso é desvio de função", afirma Paúl. O coronel reformado também avalia que Mário Sérgio de Brito Duarte terá de enfrentar resistência dos coronéis mais antigos à sua nomeação ao cargo. "O Mário Sérgio foi promovido há menos de um ano ao posto de coronel e todo mundo sabia que ele era o preferido do secretário. Acredito que ele vai exonerar os coronéis antigos [que estão no comando-geral, na corregedoria e no Estado-maior] e rejuvenescer a polícia", afirma.
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